O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, disse esta sexta-feira, em Coimbra, que mais de 90% das escolas do país estão encerradas devido à greve dos professores e pessoal não docente.
Mário Nogueira considerou que o nível de adesão à greve e o encerramento da "maioria das escolas" portuguesas, do pré-escolar ao secundário, traduz a "enorme exigência" ao Governo para que comece a negociar de imediato com os professores.
"Vamos começar a negociar já", reclamou, numa conferência de imprensa junto à entrada da escola básica EB 2/3 Martim de Freitas, em Coimbra.
Uma situação confirmada à Renascença pelo presidente da associação de diretores de escolas, Filinto Lima. "Já fizemos contactos com colegas de norte a sul do país e verificámos de que de facto a maior parte das escolas, muito devido à ausência por funcionários, também professores, mas sobretudo funcionários. Aquelas que abriram as portas, há muitos alunos a deambular pelos recreios porque os professores também estão a fazer greve", diz.
Os funcionários públicos estão em greve esta sexta-feira e os efeitos fazem-se sentir também nos hospitais, na recolha de lixo e repartições de finanças, entre outros setores.
Na base do protesto, que envolve sindicatos da CGTP e da UGT, está o facto de o Governo prolongar o congelamento salarial por mais um ano, limitando-se a aumentar o nível remuneratório mais baixo da administração pública, de 580 para 635,07 euros, na sequência do aumento do salário mínimo nacional para os 600 euros.