Pandemia. Como se podem reinventar os hotéis?
04-12-2020 - 12:52
 • Marta Grosso com redação

Em Lisboa, um hotel de cinco estrelas decidiu lançar programas próprios para fins-de-semana em confinamento e criar espaços dedicados ao teletrabalho.

O Governo abriu portas a um regime excecional e temporário, que permite aos empreendimentos turísticos alterarem o serviço que prestam, mas sem perderem a respetiva qualificação.

O executivo acabou por acolher as sugestões feitas há cerca de um mês pela Associação de Hotelaria de Portugal para fazer face à acentuada quebra de atividade do setor, sendo que muitos acabaram por decidir fechar portas, nomeadamente no Porto e no Algarve.

Como pode ajudar a nova legislação?

De acordo com o decreto do Governo, as unidades turísticas podem ser transformadas em alojamento prolongado, com ou sem prestação de serviços, também podem ser transformadas em escritórios, espaços de ‘cowork’, agora tão em voga.

Os hotéis podem também adaptar-se para acolher exposições e outros eventos culturais ou até mesmo de formação.

Podem ainda abrir portas a salas de convívio ou centros de dia.

E em troca?

O Governo apenas exige que haja o cumprimento das regras impostas pela Direção-Geral da Saúde e uma comunicação ao Instituto do Turismo de Portugal, justamente sobre o número de unidades de alojamento e de camas que vão ser afetadas a usos distintos da exploração turística.

De resto, as associações que representam o setor ainda não fizeram um balanço sobre o que representa esta oportunidade – o decreto é muito recente, ainda não tem duas semanas.

Passar o fim-de-semana no hotel

Há hotéis que já arregaçaram mangas e começaram a fazer adaptações aos novos tempos. Em Lisboa, há um hotel que criou um programa específico para os fins-de-semana em confinamento.

“Essa solução está dirigida aos lisboetas, devido às restrições, para que possam ter uma rotina diferente, um confinamento fora do normal”, afirma Thierry Henrot, diretor do Sheraton Lisboa.

“Podem passar 24 horas connosco por um preço de 90 euros com pequeno-almoço incluído e uma amplitude de experiências dentro do hotel”, acrescenta.

A baixa de preços é uma das consequências da crise pandémica. Há um ano, por exemplo, também por altura da Web Summit, uma noite nesta unidade hoteleira chegava perto dos 300 euros; agora são 107 euros.

Mas este hotel fez mais mudanças, desde logo dirigidas ao “mundo corporativo” – por exemplo, um “estúdio” que permite a realização de eventos e a transformação de 30 quartos em espaços de teletrabalho.