Apesar de sentir-se a prazo, o presidente da Câmara de Lisboa vai ter que ficar na autarquia. É a opinião do socialista Miguel Coelho, em reação à entrevista de Carlos Moedas à Renascença, em que não se compromete com uma recandidatura nas próximas eleições.
O presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior considera que, embora a ambição pessoal "do tamanho do mundo" de Carlos Moedas, ser presidente da Câmara de Lisboa "é uma coisa muito aborrecida para aquilo que ele deseja para si".
Exemplo disso "é a forma como displicentemente geriu a cidade até agora". Por isso, "sente-se a prazo, pois gostaria de estar noutro lugar que nitidamente não consegue estar", diz Miguel Coelho.
Na leitura que faz da entrevista do autarca de Lisboa à Renascença, Miguel Coelho diz que Carlos Moedas "não tem senão outro remédio, mesmo que muito contrariado, em recandidatar-se à Câmara". Considera que o autarca "perdeu o espaço de manobra" para o seu grande desejo "pelo menos próximo, que era vir a ser chefe do governo".
Miguel Coelho adianta que apesar da sua relação cordial, amável e muito correta, "não partilhamos segredos nem ambições", mas na leitura que faz das conversas que mantém com Moedas não tem dúvida de que a Câmara de Lisboa "é um ponto de passagem, era um apeadeiro e agora ficou no apeadeiro. E com o estoicismo que lhe reconheço, ele vai ficar aqui no 'apeadeiro', fingindo que este era sempre o seu objetivo e depois logo se verá", conclui.