O Papa defendeu a necessidade de superar uma “religiosidade individual ou reduzida ao legalismo”, sublinhando a importância de viver a dimensão social da fé cristã, num texto divulgado esta terça-feira pelo Vaticano.
“Há necessidade não só de uma Igreja no mundo moderno e em diálogo com ele, mas sobretudo de uma Igreja que se coloque a serviço da humanidade, cuidando da criação, anunciando e realizando uma nova fraternidade universal”, escreve Francisco, no prefácio do livro “Fraternidade, sinal dos tempos”, escrito pelo cardeal Michael Czerny e padre Christian Barone.
O texto convida a superar a “lógica mortal do egoísmo” num compromisso concreto de “ternura e solidariedade em favor do próximo, especialmente dos mais pobres”.
“O cuidado de nossa Mãe Terra e o compromisso de construir uma sociedade solidária na qual ‘todos somos irmãos’ não só não são estranhos à nossa fé, mas são uma realização concreta da mesma. Esta é a base da Doutrina Social da Igreja”, assinala o Papa.
“O Reino anunciado por Jesus é uma realidade viva e dinâmica, que nos convida à conversão e pede que nossa fé saia da estática de uma religiosidade individual ou reduzida ao legalismo”.
A obra assinala o primeiro aniversário da encíclica “Fratelli Tutti” (todos irmãos), publicada a 4 de outubro de 2020.
Francisco sustenta que dentro da própria Igreja Católica é necessário viver a fraternidade, assumindo os vários ministérios como “um serviço ao Evangelho, à construção do Reino de Deus e ao cuidado da casa comum”.
A reflexão destaca a “profunda ligação” entre o atual magistério social e o Concílio Vaticano II (1962-1965), que promoveu a ideia de uma “Igreja aberta, em diálogo com o mundo.
O livro “Fraternidade, sinal dos tempos. O magistério social do Papa Francisco” vai ser apresentado no Vaticano esta quinta-feira.