Nos primeiros quatro dias de março, choveu tanto quanto o habitual em todo o mês. São dados avançados ao programa Carla Rocha – Manhã da Renascença pela meteorologista Vanda Pires, do Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA).
“Nestes primeiros dias de março, nomeadamente até ao dia quatro, nós já registamos valores muito elevados de precipitação. Tivemos nestes quatro dias valores que já equivalem aquilo que é normal chover em todo o mês de março em praticamente todo o território, com exceção das regiões do litoral norte e centro”, detalha.
A meteorologista refere também que, de acordo com as previsões, a chuva vai continuar a cair. “Até dia 9/10, os valores de precipitação vão continuar a ser elevados e, portanto, a situação tenderá ainda a ultrapassar esse valor normal”, acrescenta.
Como consequência desta precipitação já é possível verificar um desagravamento da situação de seca que o país atravessa.
“Com esta chuva e com a que virá nestes próximos dias contamos que a situação de seca tenha um desagravamento bastante significativo, nomeadamente nas regiões do norte e centro. Temos aqui, por exemplo, os distritos de Bragança, Guarda, Castelo Branco que irão estar já numa situação ou de seca fraca ou mesmo já com ausência de situação de seca”, diz, acrescentando que nas “regiões sul e Alentejo, que é das situações mais críticas, irá ter também uma diminuição significativa e poderá passar a uma situação de seca fraca a moderada”.
“Estavam numa situação de seca extrema a severa e neste momento poderão ter este desagravamento significativo nestas regiões”, remata.
Em fevereiro, de acordo com o boletim do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH), das 60 albufeiras monitorizadas, cinco apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total, mas 23 têm disponibilidades inferiores a 40%.
De acordo com o SNIRH, a bacia que apresentava nessa altura menor capacidade de armazenamento era a do Sado com 29%, uma subida ligeira em relação ao mês de janeiro (27%).
Os armazenamentos de fevereiro de 2018 por bacia hidrográfica apresentam-se inferiores às médias de fevereiro (1990/91 a 2016/17).