Na véspera de partir para uma visita apostólica do Papa à Hungria, o secretário de Estado do Vaticano concedeu uma entrevista à Renascença onde sublinha os novos desafios que hoje se colocam naquela região e os anseios pela paz.
O cardeal Pietro Parolin não põe de lado uma aproximação à Rússia, porque “estender a mão para todos” sempre foi a atitude de Francisco.
Eminência, como encara esta viagem do Papa à Hungria?
O Santo Padre vai exercer o seu ministério de pastor universal, portanto, vai confirmar na fé os fiéis católicos e confirmar na fé significa também consolar, encorajar e estimular para uma missão cada vez mais explícita de anunciar o Evangelho.
A Hungria é um país que tem uma fé forte, tem mil anos de história e muitos santos de notável grandeza. Basta pensar em Martinho, que nasceu na Panónia (e morreu em Tours), em Santo Estevão, em Santa Isabel, sobretudo relacionada com este aspeto da caridade. Mas também há muitas personalidades que viveram a fé em tempos difíceis e que souberam dar um testemunho pessoal no meio da perseguição E, portanto, é uma fé forjada nessas circunstâncias.
E que desafios se colocam hoje à Hungria?
Hoje os desafios são novos desafios, como o materialismo e o secularismo. Há também os desafios da solidariedade. E o que se espera desta visita é que o Papa, ao querer encontrar-se com toda a população, lhes possa, realmente, dar este impulso.
É um país que está no centro da Europa e também que pode ser uma ponte para o Leste.
Sim, certamente. Creio que o Santo Padre também aproveitará esta visita - e todas as oportunidades que esta visita lhe oferecer - para apresentar iniciativas de paz e um maior entendimento entre o Leste e o Ocidente, de que hoje, tão particularmente, temos necessidade.
E talvez com a mão estendida a Moscovo…
Não sei, é muito difícil prever o que realmente vai acontecer. Mas bem sabe que o Santo Padre é muito atento e sensível a todos os gestos que possam favorecer a paz. Portanto, ele certamente saberá descobrir se há ou não alguma possibilidade para realizar esses gestos.
Uma mão estendida a todos, sempre foi a sua atitude. Estender a mão para todos! É isso.