O PS assume que quer ter um papel mais relevante num sector de matriz social que cria emprego e que tem sido aproveitado politicamente quer pelo PSD e pelo CDS, com a apresentação de propostas e assinaturas de acordos no anterior Governo.
A secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, sublinha que a criação do departamento de economia social do partido, que será apresentado este sábado, não vai servir para rever esses acordos firmados com as cooperativas ou as Instituições Portuguesas de Solidariedade Social (IPSS). “Não diria que estará isso em cima da mesa”, esclarece, em declarações à Renascença.
A dirigente socialista sublinha que “que é preciso olhar para este sector e saber que mais-valia pode trazer à economia global do país” e que, depois de “fazer o levantamento sobre quem são as pessoas anónimas que todos os dias trabalham no terreno em função das suas terras, saber de que forma podemos a partir deste departamento entregar ao governo algumas das propostas que daqui possam sair e durante esta legislatura possam dar corpo”.
Ana Catarina Mendes admite que este é um sector que o partido “não deixou para trás totalmente, mas não evidenciou a sua relevância politica e a sua relevância social e cultural que tem no terreno e nos territórios”.
A secretária-geral adjunta do PS explica que não é fácil que “a cooperativa, a misericórdia e a IPSS estejam todas reunidas com os mesmos fins e a trabalhar para o mesmo objectivo”, e recusa a ideia de que o partido tenha abandonado esta bandeira, mas que “o PS não estruturou este sector da maneira como eu acho que devia ter estruturado ao longo dos anos”, esperando que este departamento a ser agora criado “ajude o governo a pensar este sector de forma diferente”.
A conferência de apresentação deste novo departamento nacional do PS terá a a presença do Ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, José Vieira da Silva, irá decorrer na sede do partido em Lisboa, com Ana Catarina Mendes a acrescentar que “há muitos anos que o Partido Socialista tem gente que pensa sobre este sector, mas nunca tinha tido a oportunidade de estruturar dentro da sua organização um departamento nacional de economia social que releve bem aquilo que é a matriz ideológica do PS”, referindo que é “uma matriz ideológica baseada também nas questões sociais e que essas questões sociais têm evidentemente expressão na economia social”, sendo “fundamental que este sector seja verdadeiramente acarinhado”.