A pouco mais de um mês das eleições legislativas de 30 de janeiro é de esperar no Congresso do PSD um tom mais moderado nas críticas que muitos militantes têm feito à liderança de Rui Rio.
Até a exclusão de vários deputados e líderes das distritais da lista de candidatos a deputados nas próximas eleições pode ficar em segundo plano, para dar a ideia de que o partido está unido com o objetivo de vencer as eleições antecipadas.
Paulo Rangel, que saiu derrotado das diretas, vai discursar no Congresso de Santa Maria, mas uma fonte próxima do eurodeputado garante à Renascença que Rangel “não vai alimentar divisões em listas e não vai integrar qualquer lista ao conselho nacional”.
A ideia, para já, parece ser mostrar que o partido está unido no combate eleitoral. Duarte Marques, deputado nos últimos dez anos que agora ficou fora das listas, diz à Renascença que, “obviamente, nesta fase ninguém está à espera que o PSD se vá digladiar no congresso”.
O parlamentar afirma que o partido passou por “um período de campanha eleitoral para escolher o melhor presidente e, estando isso definido, agora alinhamos nós na estratégia vencedora, uns mais motivados do que outros”, refere.
Duarte Marques espera que o partido faça deste congresso o lançamento da campanha eleitoral. “Que seja mais uma convenção de lançamento de ideias e de novos protagonistas que possam ser as caras do PSD nas próximas legislativas e espero no próximo Governo”, defende.
O ainda deputado eleito pelo distrito de Santarém, que tem nos últimos anos acompanhado os assuntos da Administração Interna no Parlamento, revela à Renascença que enviou contributos para o programa eleitoral do partido.
Excluído das listas, espera que o congresso seja “uma oportunidade para o presidente do partido unir e colar as peças, para dar sinais de vontade de contar com todos”.
“Só podemos ganhar as legislativas se formos todos”, avisa.
Duarte Marques quer ainda ouvir o líder do PSD dizer ao congresso e ao país quais as ideias que vai defender na campanha. “Como é que vai resolver a crise económica? Como é que vai resolver o problema do Serviço Nacional de Saúde? Como vai aumentar o rendimento das empresas”, são repostas a estas perguntas que Duarte Marques quer ouvir este fim de semana do líder do PSD.
Com o líder escolhido em eleições diretas, resta ao congresso eleger outros órgãos do partido. Paulo Colaço já fez saber que vai apresentar uma lista ao Conselho de Jurisdição Nacional. Para o Conselho Nacional devem surgir várias listas, no último congresso foram dez.
Duarte Marques adianta à Renascença que vai fazer uma lista como sempre fez. “E o facto de haver muitas listas é um sinal que as pessoas querem participar e os líderes não podem ver isso como oposição, porque isso é momentâneo”, conclui.