O Partido Socialista critica o "estilo destrutivo" com que Cavaco Silva falou sobre o programa de habitação apresentado pelo Governo, para fazer face à crise no setor do imobiliário.
Em declarações à Renascença, João Torres, secretário-geral adjunto do PS, confessa que "ao longo dos últimos anos, nos habituámos a ouvir o professor Aníbal Cavaco Silva com um estilo destrutivo em relação ao Partido Socialista e em relação ao Governo".
"Seria de esperar que um Presidente da República fosse um pouco mais construtivo em relação a uma matéria que diz tanto aos portugueses", acrescenta o deputado socialista.
João Torres diz ainda ser "estranho ver que um antigo chefe de Estado, perante um problema reconhecido pelo Governo", e "perante o qual o Governo e o PS têm tido uma postura e uma atitude liderante do ponto de vista da iniciativa", "nada diga sobre as ambiciosas propostas que esta semana foram aprovadas justamente para apoiar as famílias".
Entre as medidas a que se refere o secretário-geral adjunto do PS, estão, por exemplo, o alívio das taxas de juro, no qual o Estado prevê suportar entre 50% a 75% dos aumentos de juros dos créditos à habitação de milhares de famílias.
Este sábado, numa cerimónia dos 30 anos do Programa Especial de Realojamento (PER), o antigo Presidente da República criticou fortemente o programa "Mais Habitação". Aníbal Cavaco Silva diz que as soluções "não têm credibilidade" e procuram dar resposta a uma crise resultante "do falhanço da política do Governo no domínio da habitação nos últimos sete anos".