O secretário-geral da CGTP reforça, junto do Governo, as reivindicações de aumento geral dos salários, com um mínimo nacional fixado em 600 euros já em Janeiro, sublinhando, contudo, a sua disponibilidade negocial.
Arménio Carlos apontou outras quatro prioridades: uma política fiscal mais progressiva (IRS), a concretização do combate à precariedade, no setor público e privado, o desbloqueamento da contratação coletiva e a melhoria das condições de trabalho.
"As respostas do Governo foram reconhecer, em grande parte, muitas das questões que colocámos, alguma abertura para abordar alguns assuntos e, eventualmente, temos divergências em relação a outros", descreveu o dirigente, acompanhado por quatro elementos da central sindical, após reunião com o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, na residência oficial do chefe do executivo socialista, em São Bento.
Para Arménio Carlos, "este Governo tem uma oportunidade única para fazer valer um conjunto direitos, liberdades e garantias constitucionais para que haja um reequilíbrio nas relações laborais em Portugal".
"Não definimos linhas vermelhas [para o Orçamento do Estado para 2018], mas acentuámos que há princípios dos quais não abdicamos e este Governo tem obrigação de dar sinais para resolver", esclareceu, sublinhando o "direito de negociação no sector público para a actualização de salários, "congelados desde 2009" até como forma de servir de referência para o sector privado.
O secretário-geral da CGTP afirmou que "não há democracia quando os sindicatos são impedidos de entrar em locais de trabalho".
"Não se pode falar em negociação nem em representação das partes quando uma é impedida de negociar. Isto não é diálogo social. A negociação faz-se com dois. Em muitas empresas, há apenas uma parte que unilateralmente impõe", lamentou, referindo-se a climas de medo.
Arménio Carlos vincou que a CGTP privilegia a negociação, mas apelou à participação de todos os trabalhadores.
"A força dos sindicatos está directamente associada à sua capacidade de participação, proposta e reivindicação. Não se trata de apelar à mobilização seja contra quem for. É uma mobilização para levar a que as suas reivindicações sejam ouvidas e concretizadas pelo Governo. Que ninguém fique à espera que alguém venha resolver os seus problemas", disse.