O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, discursou no Egito, na fronteira com Gaza, este sábado, e apelou mais uma vez a um cessar fogo humanitário entre Israel e o Hamas "Isto é mais do que trágico. É um ultraje moral".
"Isto é mais do que trágico. É um ultraje moral. É mais do que hora para um cessar-fogo imediato. É tempo para um compromisso de ferro por Israel, para haver um acesso total a bens humanitários na faixa de Gaza", disse.
O secretário-geral da ONU apelou ao "tempo da compaixão do Ramadão", para pedir a libertação imediata de "todos os reféns.”
Guterres disse haver um claro consenso internacional de que qualquer ataque terrestre à cidade de Rafah, no sul de Gaza, causaria uma catástrofe humanitária e deve ser evitado.
O líder da ONU falou durante uma conferência de imprensa no aeroporto egípcio al-Arish, perto da fronteira de Rafah com Gaza, depois de Israel reiterar a ameaça de lançar uma grande operação militar em Rafah.
ONU continuará a "agilizar" o fluxo de ajuda para Gaza
António Guterres garantiu que a ONU continuará a trabalhar com o Egito para "agilizar" o fluxo de ajuda para Gaza.
“Aqui, nesta fronteira, vemos tristeza e crueldade. Uma longa fila de camiões de ajuda bloqueados de um lado dos portões, uma longa sombra da fome do outro”, disse Guterres.
A visita de Guterres ocorre num momento em que Israel enfrenta pressão global para permitir mais ajuda humanitária a Gaza, que foi devastada por mais de cinco meses de guerra entre Israel e o Hamas.
Israel diz temer que o grupo militante palestiniano desvie a ajuda e manteve fechadas todas as passagens terrestres para o enclave, exceto uma.
Abriu a sua passagem Kerem Shalom perto de Rafah no final de Dezembro e nega as acusações do Egipto e de agências humanitárias da ONU de que atrasou a entrega de ajuda humanitária, dizendo que a ONU não conseguiu distribuir ajuda dentro de Gaza.
O ministro das Relações Exernas de Israel, Israel Katz, criticou Guterres por culpar Israel "sem condenar de forma alguma os terroristas do Hamas-ISIS que saqueiam a ajuda humanitária".