D. Duarte daria posse a António Costa
13-11-2015 - 07:48

O pretendente ao trono tem dúvidas sobre a estabilidade que os acordos da esquerda possam dar ao país, mas vê como "saudável" que diferentes partidos se entendam. Sobre o Bloco de Esquerda, Duarte Pio de Bragança não manifesta opinião, mas tem "confiança na seriedade do Partido Comunista".

O pretendente ao trono, D. Duarte Pio de Bragança, diz que, no lugar de Cavaco Silva, daria posse ao governo minoritário do PS, embora entenda que há riscos.

Em declarações à Renascença, o chefe da Casa de Bragança não dá uma resposta imediata à questão sobre o que faria na posição do Presidente da República. Mas conclui: “Certamente, daria posse a António Costa. Podemos não concordar com a situação, mas a lei é lei”.

"Se os partidos que se juntaram ao PS garantirem uma governação estável, a Constituição expressa o direito de formarem um Governo."

Embora a solução que se desenha possa deixar "a comunidade internacional e, sobretudo, os meios financeiros preocupados e assustados, por parecer que estamos a seguir a utopia e a falta de realismo, como aconteceu com a Grécia”, D. Duarte não vê perigo nos acordos da esquerda por entender que “é saudável para a democracia portuguesa que partidos com ideias diferentes e que, desde a sua existência, só estiveram na oposição, sejam capazes de se responsabilizar” por um novo Governo.

O chefe da Casa de Bragança tem esperança que os acordos partidários à esquerda originem a estabilidade política de que o país precisa e manifesta a sua confiança, em particular, no PCP: “Eu tenho confiança na seriedade do Partido Comunista, embora tenham umas teorias que estão bastante longe da realidade. No entanto, o sentido pragmático pode levá-los a dar a estabilidade ao Governo. Do Bloco de Esquerda, não sei.”

A solução de um governo de gestão não agrada ao duque de Bragança porque há uma maioria parlamentar a suportar o Governo. “Eu acho que, se não houvesse uma maioria que garantisse a estabilidade governativa, faria todo o sentido recorrer a um governo de gestão”, declara.

O pretendente ao trono lembra ainda que, "na Bélgica, aconteceu uma situação semelhante", de impasse político, e "durante um ano e tal, não houve um acordo para um Governo", mas "com a orientação do rei, o país andou muito bem e não houve problemas de maior”.