O cabeça de lista do Livre ao Parlamento Europeu (PE), Rui Tavares, considerou esta quinta-feira que a abstenção em anteriores eleições europeias é "sintoma de um falhanço" das elites políticas nacionais, que recusam falar sobre a Europa.
“O que se passa em termos de abstenção ou de baixa taxa de participação dos portugueses em eleições europeias é um sintoma de um falhanço das nossas elites políticas”, afirmou à agência Lusa Rui Tavares, à margem de uma reunião na Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), em Lisboa.
Na opinião do candidato, que também é um dos fundadores do partido, os partidos portugueses que já têm assento no PE “não quiseram acompanhar a importância crescente que a União Europeia (UE)” teve em Portugal.
“Foi indiscutível nos anos de 1980 porque as coisas corriam bem, entravam subsídios [no país], toda a nossa elite política era europeísta. Quando começaram a vir más notícias, houve uma espécie de europeísmo da bonança que se transformou num europeísmo da tormenta”, sublinhou.
O cabeça de lista do Livre criticou também PS, PSD, CDS-PP, PCP e BE por centrarem a campanha para as eleições europeias em assuntos nacionais: “Quanto mais nos aproximamos das eleições, mais trazem casos políticos que não têm que ver com a União Europeia.”
“A maneira como os partidos dominantes têm conduzido esta campanha é um aspeto dessa falta de vontade de falar da UE”, acrescentou, para “evitar, no fundo, revelar que entre PCP e Bloco de Esquerda, do lado euro-catastrofista do debate, e PS, PSD e CDS, do lado euro-institucionalista do debate”, as diferenças “são quase nenhumas”.
Rui Tavares vincou ainda que “o Livre tem uma posição muito consistente” em relação à importância da União Europeia para Portugal e que “cada vez mais gente reconhece” esse esforço do partido em eleições para o Parlamento Europeu.
“O que vota, no fundo, no dia 26 não são os milhões de euros que os partidos se auto-atribuem em financiamento para saturar visualmente, para poluir visualmente o país com ‘outdoors’ que dizem, na maior parte, banalidades”, afirmou.
Por isso, o candidato salientou que os portugueses precisam que os “partidos digam o que querem para a Europa” e nisso “o Livre é muito claro”.