Numa entrevista exclusiva a Bola Branca, Luís Filipe Vieira, antigo presidente do Benfica, aplaude a decisão de retirar, esta temporada, a camisola 10, homenageando assim Fernando Chalana, que morreu nesta quarta-feira.
O antigo presidente das águias considera que Rui Costa e a sua direção prestam assim "uma homenagem muito bonita e merecida" a um símbolo do clube.
Vieira, que está fora do país e não vai marcar presença no funeral, emociona-se dizendo que a "notícia foi um choque", apesar de saber que o quadro médico não era o melhor. O ex-líder encarnado assegura que "o Benfica tratou muito bem o Chalana".
"Depois de Eusébio foi Chalana. Era um homem fantástico, de uma humildade contagiante e um grande benfiquista", afirma com a voz embargada, explicando que o processo de recuperação, aliado à doença, sofreu um revés com o surgimento da pandemia.
Para a memória fica ainda o trabalho com a formação. Luís Filipe Vieira apoia-se nas palavras de Bernardo Silva para dizer que "o Chalana tinha de estar mesmo ali", com a formação, porque "qualquer criança ou jogador do Benfica gostava dele".
Fernando Chalana morreu na madrugada desta quarta-feira, aos 63 anos. O antigo futebolista, que sofria de uma doença degenerativa, é uma das figuras de maior prestígio do Benfica dos anos 80.
Foi seis vezes campeão nacional pelo Benfica, conquistou três taças de Portugal e duas supertaças. Fez 311 jogos pelo clube.
Também jogou no Bordéus, onde se sagrou campeão de França em 1985. Com 27 presenças na seleção nacional, Chalana foi um dos jogadores que estiveram no Europeu de 84 em França, tendo contribuído para a campanha que terminou nas meias-finais. Foi inclusivamente eleito para o 11 ideal da prova.
Nascido no Barreiro, foi no Barreirense que deu os primeiros passos no futebol. Voltou ao Benfica, depois da passagem pelo futebol francês, e deixou a Luz em 1990. Esteve uma época no Belenenses e terminou a carreira no Estrela da Amadora, aos 34 anos.