O presidente da IL, João Cotrim Figueiredo, afirmou esta quinta-feira que a moção de censura é a forma de dizer “não à incompetência e não à instabilidade” do executivo de António Costa, considerando que é preciso um “Governo novo já”.
Na abertura do debate da moção de censura agendado pelo partido, que começou com quase 10 minutos de atraso, o ainda presidente e deputado liberal explicou que o `timing´ desta moção de censura é porque a IL já não acredita “que este Governo seja capaz de renovar-se e de arrepiar caminho”.
“O Governo já não é só incompetente, o Governo tornou-se numa fonte de instabilidade. Esta moção de censura é a nossa forma de dizer ao parlamento e ao país não à incompetência, não à instabilidade, precisamos de um Governo novo e precisamos dele já”, enfatizou.
Segundo o líder liberal, "a trajetória da economia portuguesa é divergente porque o Governo é incompetente", dando ainda como exemplo daquilo que classifica como incompetência a situação na saúde, na educação, na segurança social ou na justiça.
Sobre o que dirão os demais partidos sobre esta moção, Cotrim Figueiredo pediu para que "não se preocupem com a transição de liderança da IL".
"Nós estaremos preparados. Assim outros nesta câmara estejam também preparados e não deixem de estar sempre à espera de fazer cálculos eleitorais ou buscar refúgio nas saias do senhor Presidente da República", atirou.
Para o líder liberal, "o pior que podia acontecer não era ir para eleições", mas sim "ter mais quatro anos deste governo incompetente e instável".
"A Iniciativa Liberal não ficará à espera nem do Presidente da República, que fará a sua leitura autónoma, nem dos cálculos eleitorais de alguns fazem à espera que os astros se alinhem. A Iniciativa Liberal não tem medo de eleições, não tem medo da democracia", disse, numa crítica implícita à abstenção do PSD.
Alguns deputados do PSD – partido que irá abster-se na moção de censura da IL ao Governo - aplaudiram no final o discurso de Cotrim Figueiredo, sobretudo na última fila da bancada, entre eles o antigo ‘vice’ do partido André Coelho Lima e Carlos Eduardo Reis.
O deputado liberal garantiu que não se trata de uma "mera manobra política", mas sim "a ferramenta parlamentar que existe para demonstrar que o melhor para o país é mesmo ir para eleições, é mesmo mudar de Governo".
"Alguns até nos dizem que especialmente quando há maioria absoluta não faz sentido apresentar moções de censura. Bela noção de democracia desses apêndices úteis do PS", atirou.
Aguardando para "ver se a nova secretária de Estado não se vai transformar em mais um caso", Cotrim Figueiredo criticou ainda Costa e o PS por terem "acrescentado uma crescente arrogância de maioria absoluta", dando como exemplo o "rolo compressor parlamentar" que já recusou 21 audições nesta legislatura e do "insulto à oposição".