O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, acusou no sábado a Turquia de "intimidação" numa nova escalada da tensão entre os dois países e com Ancara a acusar Atenas de disparar contra um navio em águas internacionais no norte do mar Egeu.
"Em relação às crescentes provocações da Turquia, direi uma coisa: a nossa resposta é a nossa vigilância, o fortalecimento do nosso exército e a nossa próspera economia. E ainda as nossas alianças internacionais e o nosso apego ao direito internacional", assegurou o líder conservador num discurso na feira internacional de Salónica (norte), citado pelo diário grego Kathimerini.
"Mas, sobretudo, a unidade do nosso povo" como fortaleza do país, ressalvou o primeiro-ministro. Neste sentido, exortou o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, a renunciar aos "argumentos a-históricos" e à retórica agressiva.
O primeiro-ministro grego também considerou que a retórica turca arrisca a converter-se numa escalada que a NATO não permitirá. A Grécia diz "não, senhor Erdogan", assinalou ainda.
A televisão pública turca TRT informou hoje que dois navios da Guarda costeira grega efetuaram "disparos de aviso" contra um navio mercante turco em águas internacionais do mar Egeu.
O navio marcante "Anatolian", com bandeira dos Comores, terá sido atacado a cerca de 11 milhas náuticas da ilha turca de Bozcaada, indicou a TRT ao citar a Guarda costeira turca. Os gregos "desrespeitaram as leis internacionais", indicaram estas fontes.
Ainda segundo a TRT, que transmitiu imagens onde alegadamente se detetam os disparos, as embarcações gregas abandonaram o local quando chegaram efetivos da Guarda costeira turca e não há registo de vítimas.
A Guarda costeira turca escoltou o navio e a procuradoria turca abriu uma investigação, segundo informou a agência noticiosa oficial, Anatólia. No barco viajavam 18 pessoas de nacionalidade turca, egípcia, somali e azeri.
Este incidente insere-se num crescente aumento da tensão entre os dois países vizinhos, ambos Estados-membros da NATO.
A Turquia acusa a Grécia de "ocupar" algumas ilhas desmilitarizadas do mar Egeu e de colocar sistemas de mísseis antiaéreos dirigido a aviões de combate turcos, mas que Atenas desmente.