A Missão Guiné 2023 integra um grupo de 29 pessoas que, desde Pombal, vai percorrer mais de cinco mil quilómetros com o objetivo de doar à população local “material hospitalar e escolar, sementes agrícolas, leite em pó, assim como as próprias viaturas utilizadas para a realização do percurso”.
Nuno Rebocho, porta-voz da missão, diz à Renascença que os voluntários que se disponibilizaram para esta causa também “vão custear todas as despesas da viagem” e da ação humanitária.
“E importante dizer que todos os que vão nesta missão, os 29 voluntários vão custear todas as despesas inerentes a vistos, a combustíveis, passagens, inclusive a passagem de avião de regresso. E isto porque toda a angariação de bens e outras dádivas que nos foram confiadas é mesmo para entregar ao povo da Guiné. Quem vai, vai custear as despesas da sua própria viagem da sua própria missão, disponibilizando efetivamente tudo o que sejam donativos para entregar mesmo às pessoas”, sublinha.
A Missão Guiné 2023 procura também “sensibilizar a comunidade internacional para a realidade de um dos países mais pobres do mundo”.
A viagem deverá demorar nove dias e, já em território da Guiné, “a caravana vai percorrer cerca de mil quilómetros ao longo dos quais tem previstas algumas paragens para doação dos bens e para prestar auxílio populações”. A missão irá terminar com a chegada a Bissau, local onde “é feita a entrega oficial dos bens, incluindo as viaturas”, de acordo com Nuno Rebocho.
Por outro lado, o porta-voz da missão portuguesa destaca a “forma massiva” como as pessoas aderiram, por exemplo, “à campanha de recolha de leite em pó”, que vai permitir que “deixemos leite em pó em praticamente todo o território da Guiné”.
“O nosso principal objetivo é chegarmos às populações mais afastadas de Bissau, e também àqueles locais mais recônditos; sempre com a preocupação de deixar as coisas nas mãos realmente de quem mais precisa”, reforça.
Nuno Rebocho adianta que esta “aventura solidária começou em 2013, quando um grupo de amigos se juntou e se predispôs a atravessar África para levar ajuda à Guiné”.
Na ocasião, juntamente com a Fundação João XXIII, que já estava no terreno há vários anos, foi feita a identificação das instituições que necessitavam de apoio e que, por sua vez garantiam, que a ajuda seria bem encaminhada e os bens bem utilizados.
A segunda missão já contou com 10 viaturas para oferecer a organizações não-governamentais, e transportou computadores, material escolar e hospitalar e sementes agrícolas para doar”. De acordo com a organização, “durante as várias missões já participaram mais de 250 voluntários.
Os responsáveis destacam 2016, que “foi particularmente marcante, porque foi o ano em que escolas, empresas, entidades públicas e organizações das mais variadas áreas, tal como pessoas individuais anónimas, se mobilizaram e doaram seis ambulâncias. Foi também, em 2016, que nasceu a Granja Agrícola, um projeto no qual hoje trabalham 68 mulheres e que procura semear com o objetivo de gerar alimentos, mas também produção excedentária”.
A Associação Serviço e Socorro Voluntário de São Jorge (A.S.S.V. São Jorge) é uma Instituição Particular de Solidariedade Social no âmbito da saúde, na vertente de transporte de doentes urgentes e não urgentes. Nasceu em 1988 com transporte de doentes em ambulância e em 2012 surge o Gabinete de Apoio à Família e Comunidade (GAFC), no sentido de criar um serviço de proximidade com a comunidade, na resolução de problemas e de apoio às necessidades locais. No que diz respeito a atividades cívicas, culturais, recreativas e desportivas a Associação tem uma vasta oferta, apostando em protocolos com diversas entidades de forma a dar cada vez mais ênfase a esta área.