Os polícias vão voltar a concentrar-se na quinta-feira em frente do Ministério das Finanças, em Lisboa, mantendo protestos diários até que tenham uma resposta do Governo em relação às suas reivindicações.
O anúncio foi feito pela Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), após uma delegação se ter encontrado com um representante do Ministério das Finanças e não ter obtido respostas quanto à reposição de vários subsídios em período de férias e à publicação da passagem à pré-aposentação.
"As ações de protesto vão continuar até que esta questão esteja resolvida", disse aos jornalistas o presidente da ASPP, Paulo Rodrigues.
Num protesto organizado pela ASPP e com o apoio do Sindicato Independente dos Agentes de Polícia (SIAP/PSP) e da Organização Sindical dos Polícias, centenas de polícias concentraram-se hoje, em frente ao Ministério das Finanças, onde foram recebidos por um representante do ministério e entregaram um caderno reivindicativo.
"No encontro foi transmitido que a questão estava a ser tratada e analisada. Não tinham uma resposta e que a resposta seria dada pelo Ministério da Administração Interna. Nós já fomos diversas vezes ao ministro da administração interna", adiantou.
O presidente da ASPP sustentou que "o Governo não está a tratar este processo de forma séria" e não está "com boa fé".
Por isso e como os polícias exigem "uma resposta imediata" vão voltar a concentrar-se, na quinta-feira entre as 16h30 e as 20h00, em frente ao Ministério das Finanças, e realizar protestos diários, sendo as ações a desenvolver analisadas diariamente.
"Estaremos aqui e estaremos todos os dias até termos uma resposta. Não conseguimos entender que o Governo tenha uma decisão do tribunal administrativo em mãos para repor uma legalidade e por simplesmente não cumpra", disse Paulo Rodrigues, avançando que os protestos podem vir a realizar-se em outros locais.
Os polícias reivindicam o cumprimento da decisão de março deste ano do Supremo Tribunal Administrativo que considerou ilegais os cortes feitos aos vários subsídios atribuídos, como suplementos especiais de serviço de patrulha e de turno, em período de férias.
A decisão do tribunal, tomada após uma ação interposta pela ASPP, considera também que devem ser pagos retroativos desde 2011, data em que foram cortados os subsídios.
Segundo Paulo Rodrigues, cada polícia está a perder em média 400 euros por ano.
Os polícias exigem também "a publicação imediata da lista para a passagem imediata à pré-aposentação" de 800 elementos da PSP, tal como está previsto no estatuto profissional.
"A questão da lista é importante porque o que está em causa é o rejuvenescimento necessário do efetivo. É necessário que se faça a saída dos elementos que reúna os requisitos para a pré-reforma para se poder recrutar mais policias", afirmou, sustentando que a média de idades na PSP é de 45 anos.
Paulo Rodrigues disse ainda que a PSP está, neste momento, "no limite", estando a ser posta em causa a segurança pública.
"Hoje temos mais dificuldade em fazer uma segurança de qualidade. Hoje temos menos carros patrulha, há esquadras que não têm acesso aos sistemas de informação, que é crucial para deter as pessoas que cometem crimes", concluiu.