A Ordem dos Médicos vota esta segunda-feira a criação de uma nova especialidade em Medicina de Urgência e Emergência.
Que nova especialidade é esta?
É uma nova área que pretende dar resposta às necessidades em cuidados urgentes e emergentes, respondendo - também assim - a uma pretensão inscrita no plano de emergência do Governo para a área da Saúde que aponta como prioridade o reforço da especialização médica numa área que tem impactos diretos na qualidade dos cuidados prestados.
A novidade é que esta especialidade torna mais abrangente o âmbito desses cuidados, ou seja, o objetivo é que, no futuro, um especialista em Medicina de Urgência consiga dar resposta, por exemplo, a um doente coronário e, ao mesmo tempo, tenha a capacidade de fazer a gestão de situações mais graves, como acidentes com muitas vítimas, epidemias e outras catástrofes que exijam uma resposta rápida e organizada dos serviços de saúde.
Mas falta a aprovação pela Ordem dos Médicos. Se receber luz verde, o que acontece a seguir?
Se a Assembleia de Representantes aprovar a proposta, a formação de médicos especialistas em Medicina de Urgência e Emergência arranca já em janeiro do próximo ano e a Ordem dos Médicos vai criar uma comissão que vai avaliar quais as unidades hospitalares que têm condições para receber os futuros especialistas.
Quando começam a trabalhar estes novos especialistas?
Na prática, a formação de um médico interno em Medicina de Urgência e Emergência terá a duração de cinco anos, mas deverá ser possível ter novos especialistas a trabalhar um pouco antes disso, através da chamada admissão por consenso, que é um mecanismo que permite a atribuição de uma determinada especialidade médica com base em alguns critérios pré-definidos.
Isto vai resolver o problemas com as escalas das urgências?
Pode ser uma ajuda e, em particular, nas situações mais críticas. De resto, a proposta que vai ser votada esta segunda-feira prevê que a Medicina de Urgência seja encarada como uma área complementar nos serviços de urgência, ou seja, sempre numa lógica de coexistência com as outras especialidades.
Portanto, o objetivo não é criar serviços de urgência exclusivamente com especialistas desta área, mas criar núcleos fixos, devidamente organizados e formados, com a possibilidade de uma carreira dedicada e sempre em colaboração com outras áreas dos cuidados em saúde.