Aumentaram os casos de Covid-19 no Hospital de Santa Maria e Pulido Valente, em Lisboa. A unidade decidiu, por isso, quebrar as cadeias de transmissão determinando o regresso das máscaras aos profissionais e visitas em alguns internamentos, como explica à Renascença o coordenador do programa de controlo de infeção daquela unidade hospitalar, Álvaro Ayres Pereira.
"Costumava haver cerca de uma dúzia de doentes internados sempre com Covid e, uma semana destas, chegámos aos 47. Hoje vamos em 22 e está a diminuir", esclarece, adiantando que "a norma é provisória e de aplicação sectorial".
Segundo o responsável, era preciso agir.
"Ou as pessoas vinham da rua já com Covid e manifestava-se no internamento ou eram assintomáticas e contagiavam. Depois vinham à enfermaria quatro, cinco, seis pessoas e contagiavam toda a unidade... Estávamos a assistir a episódios desses e fizemos uso da norma da DGS para quebrar o fenómeno de cadeia de transmissão", acrescenta.
A medida, no entanto, não se estende a todos os utentes do hospital, nomeadamente a quem vai a consultas ou exames. Para já, máscara apenas para visitas.
"Neste momento é só para profissionais de saúde que cuidam do doente em internamento e visitas que funcionam como cuidadores. Chegam cá e, se não tiverem máscara, damos uma máscara para poder ver o familiar", explica.
Este clínico lembra que, no caso de sintomas respiratórios, já vigora há muito a recomendação do uso de máscara por prevenção.
O hospital não quer criar alarme. Por isso, reforça, as medidas são "pontuais e temporárias" e há sempre exceções previstas.
"Isto é uma coisa muito temporária e, nas visitas. é preciso ver caso a caso. Imagine-se um caso de uma pessoa em estado grave que tem dez filhos e está em fim de vida: abre-se exceção e é vista pelos dez filhos."