Ao quinto dia de campanha, a caravana da CDU chegou ao ponto mais a sul por onde vai andar. Era um dos momentos mais aguardados (pelo menos pelos jornalistas): o encontro com pescadores, mariscadores e viveiristas, em Olhão.
No entanto, o contacto com a gente da faina foi menor que o esperado. Jerónimo de Sousa e toda a sua comitiva subiu a bordo de um barco para uma volta na Ria Formosa.
Na embarcação seguiu também João Carlos, proprietário de 23.500 metros quadrados de viveiros de ameijoa e ostras.
"Há seis anos que não podemos trabalhar aqui, Dizem-nos que as águas estão poluídas"; diz aos jornalistas. "Os anos vão passando, as pessoas querem trabalhar, têm filhos para dar de comer, temos de pagar Segurança Social na mesma, tem que se pagar as licenças - 1.100 euros por ano - e a solução não está à vista", acrescenta.
A questão está na agenda da CDU, garante o deputado eleito por Faro Paulo Sá. Aliás, já noutras campanhas marcaram presença neste mesmo sítio. Ao longo destes seis anos até já foi construída uma nova Estação de Tratamentos de Águas Residuias (ETAR), mas a interdição mantém-se.
"São muitos e variados organismos [que têm responsabilidade na Ria Formosa], mas todos dependem do Governo, todos são tutelados pelo Governo, todos são organismos públicos. Tem de haver vontade política do Governo para articular todos estes organismos", defende.
Até lá, vai reinando o desânimo entre quem está de mãos atadas sem conseguir trabalhar. "Tenho um neto, mas não o quero nesta vida... Não tem futuro", lamenta João Carlos.