O Chega vai avançar com um pedido de comissão de inquérito ao SIRESP, anunciou esta quinta-feira André Ventura, no Parlamento, na sequência das buscas da PJ à secretaria geral do MAI e à Altice.
O líder do partido quer alargar o âmbito do inquérito desde os incêndios de Pedrógão Grande em 2017 até este ano.
"Abarcaremos o período de 2017 a 2022, portanto desde os grandes incêndios até 2022". "Fundamentamos a nossa comissão de inquérito com vários episódios, um deles já vos referi o afastamento de Sandra Perdigão Neves pelo ministro da AI (...) quando a própria tinha denunciado suspeitas de favorecimento", disse Ventura, em declarações aos jornalistas.
Para o líder do Chega "aparentemente o que temos aqui é que foi afastada uma dirigente que denunciou suspeitas de favorecimento e agora o ministério público e a polícia judiciária acreditam que há suspeitas de favorecimento", por isso "temos que investigar se não houve aqui encobrimento do governo para tentar salvaguardar interesses empresariais ou interesses próprios e que colocaram em causa a segurança nacional. É isso que vamos pedir que a comissão de inquérito investigue", acrescentou.
Ventura espera ter o apoio do PSD para avançar com um pedido potestativo de inquérito e quer desde já ouvir os três últimos titulares da pasta da Administração Interna.
Em causa estão "Constança Urbano de Sousa, com muita intensidade, Eduardo Cabrita, porque foi quem esteve no epicentro da maior parte destes casos, do ponto de vista temporal, mas eu diria que os três ministros da Administração Interna nos últimos três anos".
"Vamos tentar forçar uma comissão de inquérito potestativa, mas isso exige 46 deputados e, portanto, temos que ter conversações com o PSD ainda esta tarde para ver se é possível essa situação", defendeu Ventura, que alertou que, "caso o PSD decida não o fazer, vamos avançar autonomamente com uma proposta de comissão de inquérito para ser discutida aqui no plenário da Assembleia da República".
Em setembro, o Chega já tinha proposto um inquérito à credibilidade dos dados sobre segurança interna. A proposta foi chumbada por todas as outras forças partidárias, à exceção da Iniciativa Liberal.