O partido de esquerda espanhol Unidas Podemos absteve-se esta quinta-feira na votação de investidura de Pedro Sánchez no Parlamento, ditando o falhanço desse voto de confirmação e elevando os riscos de uma nova ida às urnas no país.
A votação para reconduzir Sánchez na presidência do Governo, três meses depois das eleições legislativas de 28 de abril, teve lugar pelas 14h30 em Lisboa, depois de uma manhã de alguns avanços e recuos que viram o falhanço das negociações entre o Partido Socialista (PSOE) de Sánchez e o Unidas Podemos de Pablo Iglesias.
Depois de semanas sentados à mesa, os dois líderes assumiram o colapso das negociações, com o Unidas Podemos -- aliança formada pela Esquerda Unida e o Podemos -- a anunciar que ia abster-se na votação para indigitar Pedro Sánchez.
Face a esse falhanço, a formação de esquerda pediu ao primeiro-ministro interino que aceitasse ceder nalguns pontos para evitar uma nova ida às urnas no país. Aos jornalistas, cerca de uma hora antes da votação, Iglesias disse que a sua coligação está disposta a abdicar da exigência de ficar com o Ministério do Trabalho em troca de garantias de que terá sempre uma palavra a dizer sobre políticas laborais ao longo da próxima legislatura.
Sánchez ainda não respondeu ao repto, nem reagiu à segunda derrota parlamentar desde as eleições de abril, nas quais o PSOE saiu vencedor mas sem maioria absoluta para poder formar Governo sozinho.
Os socialistas têm agora até setembro, altura em que os deputados regressam de férias, para chegar a um acordo com o Unidas Podemos e/ou com outros partidos com assento parlamentar para garantir a sua investidura. Se Sánchez não conseguir conquistar os apoios necessários para ser reconduzido à frente do Governo espanhol, os eleitores serão novamente chamados às urnas.
[Atualizado às 14h30]