O antigo presidente da Assembleia da República e antigo presidente do Governo Regional dos Açores, Mota Amaral, apela aos deputados do PSD para que não contribuam para a legalização da eutanásia.
Numa carta enviada aos deputado do PSD, a que a Renascença teve acesso, Mota Amaral assume que cada deputado “votará conforme a sua consciência livre”, mas lembra que os “deputados são eleitos pelo Povo para o representar e não podem, por isso, ignorar a sensibilidade do seu eleitorado”.
“Estou em crer que uma parte importante dos eleitores do PSD não se identifica com a engenharia social das questões fraturantes, a derradeira das quais é a eutanásia”, escreve Mota Amaral, acrescentando que “seria por isso penoso que a lei passasse por causa dos votos dos deputados do PSD”.
O histórico social-democrata considera que “o respeito pela vida humana, bem supremo e tão raro no Universo, rejeita a legalização da morte de uma pessoa por ação direta ou com ajuda de outrem”.
Mota Amaral acrescenta que, “permitir matar alguém em situação de fragilidade ou colaborar para que se mate, por mais comiseração que se invoque, é um retrocesso civilizacional, que especialmente destoa num país como Portugal, pioneiro na abolição da pena de morte”.
De volta ao plano político, Mota Amaral recorda ainda na missiva que, nas últimas eleições, o PSD perdeu “centenas de milhares de votos e bem convinha não seguir pelo caminho que pode reduzir ainda mais o apoio popular ao PSD”.