Os Estados Unidos e França condenaram segunda-feira o comício que juntou milhares de israelitas, incluindo diversos ministros do governo de Benjamin Netanyahu, favoráveis ao regresso dos colonatos à Faixa de Gaza.
"Deixámos claro que não pode haver redução do território de Gaza", realçou esta terça-feira John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, em conferência de imprensa.
Também a França condenou o comício em Jerusalém, onde participaram cerca de dez ministros israelitas.
"Não cabe ao governo israelita decidir onde os palestinianos devem viver nas suas terras", frisou o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, em comunicado.
Paris instou também as autoridades israelitas a condenarem estas posições.
Durante este encontro, os participantes instaram o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a reinstalar assentamentos na Faixa de Gaza, onde continuam os combates intensos entre o Exército israelita e o movimento islamita palestiniano Hamas.
Membros do Likud, o partido de Netanyahu, e outros ministros, de extrema-direita, participaram na iniciativa, e quando os combates redobravam de violência entre o Exército israelita e os combatentes do movimento islamita palestiniano Hamas em Gaza, indicou a agência noticiosa AFP.
Os intervenientes exigiram a expulsão dos palestinianos da Faixa de Gaza, ao considerarem que a reinstalação de colonatos constitui a única solução para garantir a segurança de Israel.
Este encontro testemunha o reforço dos setores de extrema-direita e ultra religiosos na sociedade israelita, com riscos de uma profunda convulsão política e social e eventuais problemas nas relações com os Estados Unidos, o seu indefetível aliado.
Israel ocupou a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém leste após a guerra de 1967. Pelo menos meio milhão de israelitas vivem atualmente na Cisjordânia em colónias consideradas ilegais pela maioria da comunidade internacional, ao lado de três milhões de palestinianos.
Em 2005 Israel retirou os seus nacionais de 21 colónias instaladas na Faixa de Gaza. O território abriga 2,4 milhões de palestinianos, a larga maioria deslocada desde o início dos combates em outubro passado.
O primeiro-ministro israelita nunca apoiou até agora o projeto de relançar colonatos em Gaza, declarando que o mesmo não constitui "um objetivo realista". E ainda não convocou uma reunião do Executivo dedicada ao "dia do pós-guerra".
O Governo Netanyahu é o mais religioso e ultranacionalista da história do país e elegeu como prioridade a expansão dos colonatos na Cisjordânia ocupada desde a chegada ao poder no final de 2022.
O grupo islamita Hamas atacou Israel em 07 de outubro, provocando a morte de mais de 1.200 israelitas. O Governo de Israel iniciou, então, uma guerra para travar os combatentes do movimento palestiniano na Faixa de Gaza.