Mais de 10 mil milhões de euros saíram de Portugal entre 2010 e 2014 para serem colocados em paraísos fiscais. Só em 2011, ano em que a troika chegou a Portugal, empresas e particulares transferiram para "offshores" mais de quatro mil milhões de euros.
Segundo o jornal “Público”, que teve acesso a dados da Autoridade Tributária, estes números não incluem as estatísticas da Zona Franca da Madeira, já que as competências fiscais do Centro Internacional de Negócios da Madeira são exercidas pela região autónoma.
Hong Kong é o paraíso fiscal preferido das empresas portuguesas, mas há transferências tambem para Ilhas Caimão, Emirados Árabes Unidos, Bahamas, Andorra, Panamá, Maldivas, Ilhas Virgens, entre outros.
Investigação dos “Panama Papers” vai revelar dados de empresas
A 9 de Maio o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) vai divulgar a "maior quantidade informação de sempre" sobre empresas e os seus proprietários em “offshore” no âmbito dos "Panama Papers".
"O banco de dados vai incluir informações sobre mais de 200.000 empresas, fundos, fundos incorporados e fundações em 21 paraísos fiscais desde Hong Kong até ao Nevada, nos Estados Unidos", refere, na sua página na Internet o ICIJ.
O “Süddeutsche Zeitung”, o segundo jornal mais vendido na Alemanha, foi o ponto de partida para a revelação dos “Panama Papers”. Recebeu de um informador mais de 11 milhões de documentos procedentes do escritório Mossack Fonseca, que colocam em evidência os segredos financeiros de ricos e poderosos de todo o mundo. O jornal liberal compartilhou esta informação com o ICIJ.
O escândalo revelou um vasto sistema de evasão fiscal que tem suscitado uma onde choque mundial. A investigação internacional descobriu bens em paraísos fiscais de 140 políticos, futebolistas ou milionários.