O Papa Francisco criticou, este domingo, no Vaticano, as “pessoas e povos orgulhosos de serem cristãos” que pensam em “fazer guerra”.
“Com o Espírito de Jesus podemos responder ao mal com o bem, podemos amar quem nos faz mal. Assim fazem os cristãos. Como é triste quando pessoas e povos orgulhosos de serem cristãos veem os outros como inimigos e pensam em fazer guerra!”, disse o Papa, antes a recitação da oração do Ângelus.
Este domingo, Francisco nunca se referiu diretamente ao conflito que parece iminente entre a Rússia e a Ucrânia. Papa refletiu antes sobre o Evangelho em que Jesus diz aos seus discípulos para oferecer a “outra face”, para “desarmar o rancor”.
“Dar a outra face não significa sofrer em silêncio, ceder à injustiça. Jesus denuncia o que é injusto, mas fá-lo sem raiva nem violência, mas com bondade. Ele não quer desencadear uma discussão, mas desarmar o rancor: extinguir o ódio e a injustiça, tentando recuperar o irmão culpado. Isso é dar a outra face: a mansidão de Jesus é uma resposta mais forte do que o golpe que recebeu”, afirmou o Papa, perante milhares de fiéis reunidos na praça de São Pedro.
“Dar a outra face não é o recuo de quem perde, mas a ação de quem tem uma força interior maior, que vence o mal com o bem, que abre uma brecha no coração do inimigo, desmascarando o absurdo de seu ódio. Não é ditado pelo cálculo, mas pelo amor”, continuou.
Papa lembra “heroicidade” dos profissionais de saúde
Depois da recitação do Ângelus, Francisco lembrou as populações vítimas das inundações em Madagascar e Petrópolis, no Brasil.
No dia nacional do profissional de saúde em Itália, o Papa fez também uma homenagem a estes profissionais, que apelidou de “heróis”.
“Devemos recordar tantos médicos, enfermeiros e enfermeiras, voluntários que estão próximo dos doentes, cuidam deles, fazem-nos sentir-se melhor e que os ajudam: o heróico pessoal de saúde que nos mostrou esta heroicidade durante o Covid, mas cuja heroicidade permanece todos os dias. Aos nossos médicos, enfermeiros e enfermeiras e voluntários, um aplauso e um grande obrigado”, disse o Papa, no Vaticano.