O dirigente socialista Porfírio Silva advertiu que, em véspera de eleições antecipadas, o PS não pode oferecer um espetáculo de luta interna entre os que se afirmam de esquerda e os que se definem como moderados.
Esta posição do membro do Secretariado Nacional do PS foi transmitida na reunião da Comissão Política Nacional deste partido, numa alusão aos grupos que neste momento se movimentam para apoiar as candidaturas de Pedro Nuno Santos (conotado com a ala esquerda) e de José Luís Carneiro (conotado como moderado) às eleições para o cargo de secretário-geral desta força política.
"Não podemos oferecer ao país, em véspera de eleições, o espetáculo de uma luta interna do tipo "nós é que somos a esquerda" contra "nós é que somos os moderados. O socialismo democrático é a esquerda moderada, não é nem uma direita civilizada nem uma esquerda arrogante e excludente", sustentou Porfírio Silva.
Porfírio Silva defendeu então que "só há PS quando se consegue fazer a síntese entre todos os matizes que foram crescendo neste partido plural e popular", salientando mesmo que "a grandeza" do seu partido" é a sua pluralidade".
Perguntou a seguir se, em véspera de eleições, a melhor forma de exibir essa pluralidade será um a luta entre "esquerda" e "moderados", obscurecendo o facto fundamental de que a essência do PS é ser ao mesmo tempo de esquerda e moderado".
"É claro que qualquer quer camarada tem legitimidade para se candidatar ao que quer que seja (à liderança), mas não obriguem os militantes - e não obriguem depois os eleitores -, a escolher entre ser de esquerda" e ser moderado porque nós só podemos ganhar eleições sendo ambas as coisas ao mesmo tempo", acrescentou.