São 435 quilómetros, divididos em 19 etapas que atravessam 16 municípios do Alentejo e Ribatejo. O Caminho Português de Santiago Central foi agora certificado, por uma portaria conjunta assinada pela secretária de Estado do Turismo, Rita Marques e pela secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira.
Trata-se da primeira certificação de um dos itinerários que perfaz os Caminhos de Santiago em território português. Esta portaria agora publicada dá corpo a uma candidatura liderada pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo – Ribatejo.
Em comunicado, esta segunda-feira, o ministério da Cultura indica que esta “é a primeira concretização de um processo iniciado em 2019 (…) e que visa a salvaguarda, valorização e promoção do Caminho Português de Santiago”.
Tendo em conta o “reconhecimento da importância histórica e cultural do Caminho Português de Santiago Central - Alentejo e Ribatejo”, esta certificação foi conferida por uma comissão composto por quatro elementos e por um conselho consultivo no qual estiveram representados, entre outros, a Igreja Católica e as Associações de Peregrinos.
Ao longo dos próximos três anos vão ser implementadas ações de valorização do itinerário cuja autenticidade e caráter ininterrupto no território e no tempo, ficam assim certificadas. Essas ações visam por exemplo, “uma maior segurança, conforto e melhor experiência do peregrino, promovendo-se também a ligação às comunidades locais e a testemunhos de interesse”, diz comunicado.
Em paralelo decorrem, “ainda que em diferentes estados de desenvolvimento, processos de certificação de outros itinerários” dos Caminhos de Santiago em Portugal e que mal estejam concluídos “irão reforçar a rede de itinerários de Sul a Norte do país”.
Esta aposta nos caminhos portugueses de Santiago acontece num ano Santo, o Ano Jacobeu 2021 que Espanha já assegurou que irá prolongar-se até 2022, devido às restrições impostas pela pandemia.
Esta certificação agora do caminho Central enquadra-se na Estratégia de Turismo 2027, “que visa a consolidação da notoriedade de Portugal como destino de turismo religioso, associado à afirmação de valores culturais e naturais diferenciadores dos territórios, à dinamização da atividade dos agentes turísticos e, neste caso em particular, à cooperação transfronteiriça”.
Nas reações, a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, salienta que “com a retoma da atividade turística, espera-se uma progressiva normalização na fruição dos itinerários de peregrinação, movimento este que tem particular impacto nos territórios de baixa densidade e na atenuação da sazonalidade turística”.
Por seu lado, Ângela Ferreira, secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, sublinha que a certificação “é um passo fundamental na preservação e divulgação deste itinerário único do património cultural europeu, manifestação histórica de um direito inalienável à comunicação e lugar por excelência para promoção do encontro de culturas e do entendimento comum”.