“Nunca vos esqueço” e “oiço os vossos gritos”, disse o Papa neste domingo aos migrantes do Mediterrâneo.
“Exprimo a minha proximidade aos milhares de emigrantes, refugiados e outros necessitados de proteção, na Líbia. Nunca vos esqueço. Oiço os vossos gritos e rezo por vós. Tantos destes homens, mulheres e crianças estão submetidos a uma violência desumana”, afirmou depois da oração do Angelus.
Francisco pediu então à comunidade internacional que procure uma solução duradoura para os fluxos de migração na Líbia.
“Peço, uma vez mais, à comunidade internacional que mantenha a promessa de procurar soluções comuns, concretas e duradouras para a gestão dos fluxos migratórios, na Líbia e em todo o Mediterrâneo. Como sofrem aqueles que são devolvidos à origem. Existem ali verdadeiros campos de concentração”, sublinhou o Papa.
Depois das devoluções forçadas, os migrantes ficam em centros de detenção geridos pela Direção de Combate à Migração Ilegal.
“Quanto sofrem os que são devolvidos, há verdadeiros ‘lager’, lá”, alertou Francisco, pedindo “um ponto final ao regresso dos migrantes para países não seguros, dando prioridade ao socorro das vidas humanas no mar, com dispositivos de resgate e desembarque previsíveis”.
O Papa apelou ainda à existência de condições dignas de vida, “com alternativas à detenção, vias regulares de migração e acesso aos procedimentos de asilo”.
“Sintamo-nos todos responsáveis por estes nossos irmãos e irmãs, que há demasiado anos são vítimas desta gravíssima situação, e rezemos juntos, por eles, em silêncio”, afirmou.
No ínicio deste mês de outubro, a Comissão Independente de Inquérito da ONU denunciou graves violações dos Direitos Humanos desde 2016, por parte de responsáveis líbios e estrangeiros, estatais e não estatais.
O país africano é ponto de passagem para centenas de milhares de migrantes que procuram alcançar a Europa, através do Mediterrâneo.