A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) registou no ano passado 14.032 reclamações. Em média, a AMT recebeu 38 queixas por dia, segundo dados avançados pelo Jornal de Notícias (JN).
Cerca de um terço (31.5%) das queixas resultaram da insatisfação pelos serviços prestados por três empresas de transportes públicos: Comboios de Portugal (CP), Rede Nacional de Expressos e Metropolitano de Lisboa. Estas foram as operadoras que reuniram o maior número de queixas num ano em que a procura pelos transportes foi muito afetada pela pandemia de Covid-19.
O número de queixas tem vindo a diminuir desde 2019, mesmo que, no segundo semestre do ano passado, tenham chegado à Autoridade Nacional da Mobilidade quase o dobro das reclamações (9130) do que a primeira metade de 2021 (4902). O setor rodoviário e ferroviário são responsáveis por quase 92% dos reportes.
Dentro do setor rodoviário, 44.8% das reclamações dizem respeito ao transporte coletivo de passageiros, sendo que os táxis e TVDE (transportes em veículos descaracterizados) receberam 390 relatos negativos, com a Uber a ser a entidade com mais reclamações (318), seguida da Bolt (70).
Segundo o JN, os problemas relacionados com os títulos de transporte (bilhetes e passes) e com as máquinas de venda, o cancelamento de serviços e as críticas à conduta dos funcionários são as situações mais reportadas pelos passageiros. A empresa com mais queixas é a CP com 2286 queixas, seguida da Rede Nacional de Expressos (1120 reportes).
Depois da enorme redução da procura no primeiro ano da pandemia, as empresas têm vindo a recuperar clientes. De janeiro a setembro deste ano a procura aumentou 76% face ao ano anterior.