As grandes empresas apoiam trabalhadores e comunidades em 45 milhões no combate à inflação.
As contas são da Associação Business Roundtable Portugal, que reúne 42 das maiores empresas e grupos empresariais de Portugal, como como o BPI, os CTT, a EDP, a Sonae e a Salvador Caetano.
O apoio tem carácter extraordinário e visa amortecer o efeito da subida generalizada dos preços sobre os trabalhadores, famílias e comunidades locais.
O "bolo" ultrapassa os 45 milhões de euros e será distribuído de diferentes formas: apoio financeiro direto (como gratificações extraordinárias), doações em género, apoio psicossocial e voluntariado, entre outras. A estas medidas somam-se ainda as iniciativas de responsabilidade social destas empresas.
À Renascença, o secretário geral da Associação, Pedro Ginjeira do Nascimento, explica que ainda há empresas a preparar medidas, pelo que este montante ainda deverá subir.
"Estes 45 milhões dizem apenas respeito aquelas empresas que já decidiram as iniciativas. Várias deram-nos indicação que estavam ainda a tomar esses processos de decisão", refere.
Já sobre iniciativas permanentes, como aumentos salariais, Pedro Ginjeira do Nascimento explica que estas são empresas que já pagam "cerca de duas vezes" acima do salário médio e continuam a investir na remuneração.
"Vão atualizando os seus salários em função da capacidade que têm, porque todos reconhecemos que a capacidade que temos de produzir riqueza depende também significativamente das equipas que temos e temos que manter as pessoas bem e satisfeitas. Esta iniciativa de apoio extraordinário, que vai para além dos apoios normais, demonstra precisamente isso”, indica.
Em comunicado, o presidente da Associação BRP, Vasco de Mello, garante que “o tecido empresarial, sobretudo as grandes empresas, não ficaram alheias às dificuldades que os portugueses estão a sentir”.
O empresário acrescenta que o objectivo é “mitigar os impactos sobre as nossas equipas e inspirar outras empresas a apoiarem os seus trabalhadores e suas famílias, mas também a restante comunidade, sobretudo aqueles que mais necessitam.”
O líder da Associação BRP admite ainda que grande parte da criação da riqueza do país passa pelas grandes empresas e “se existissem mais grandes empresas em Portugal, como defendemos, estou certo que o contributo seria mais significativo”.
[Atualizado às 17h30]