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António Costa anunciou este sábado que as escolas e a função pública vão ter direito a ponte nos feríados de 1 e 8 de dezembro, mas que as famílias vão estar impedidas de sair do concelho.
O primeiro-ministro apelou ainda ao setor privado que permita aos seus funcionários fazer ponte.
O Governo espera, com esta medida, conseguir ter um período de vários dias com muito baixos níveis de circulação no país, combatendo assim a disseminação da Covid-19.
A proibição de circulação fora do concelho abrange todo o país e vigora entre as 23h do dia 27 de novembro e as 5h do dia 2 e depois entre as 23h do dia 4 de dezembro e as 5h do dia 9. Os feriados calham a 1 e a 8 de dezembro, sendo que ambos os dias são terças-feiras.
A suspensão das escolas e do trabalho na função pública abrangem assim a segunda-feira dia 30 de novembro e a segunda-feira dia 7 de dezembro.
António Costa afirmou ainda que o uso de máscara no trabalho, salvo em casos em que haja separação física entre os postos de trabalho e casos de pessoas que trabalham em isolamento.
Nesta conferência de imprensa foi anunciado que 17 concelhos saem da lista de alto risco. Para as restantes, que permanecem na lista, vai manter-se o recolher obrigatório entre as 23h e as 5h. O recolher obrigatório entre as 13h e as 5h ao fim-de-semana mantém-se para os concelhos de risco muito elevado e de risco extremamente elevado e estende-se ainda para os feriados de 1 e 8 de dezembro. Nas vésperas dos feriados os estabelecimentos comerciais encerram às 15h.
Já para os concelhos que são apenas de risco elevado, as medidas incluem ações de fiscalização do cumprimento de teletrabalho obrigatório, encerramento dos estabelecimentos comerciais às 22h e encerramento dos restaurantes e equipamentos culturais às 22h30, medidas essas que se aplicam também aos concelhos de riscos mais elevados.
“Ficaria muito surpreendido” com o Natal sem estado de emergência
Estas medidas dizem apenas respeito aos próximos 15 dias, podendo depois disso ser renovadas. Contudo, António Costa recusou várias vezes, durante a conferência de imprensa, comentar a possibilidade de elas se aplicarem ao período do Natal.
O primeiro-ministro afirmou ainda que ficaria "muito surpreendido" se não vigorar o estado de emergência no Natal, alegando que o conteúdo das medidas que estão a ser adotadas são menos intensas, mas com maior extensão temporal.
"Ficaria muito surpreendido se não houvesse estado de emergência no Natal, porque isso significa que a evolução do combate à epidemia teria sido muito rápida", declarou António Costa em conferência de imprensa.
O primeiro-ministro apresentou este sábado as novas medidas que vão estar em vigor ao longo dos próximos 15 dias do segundo estado de emergência em Portugal, bem como algumas das novas medidas de apoio ao comércio.
António Costa começou por dirigir uma palavra "a todos os portugueses, agradecendo esforço que estão a fazer em mais um fim-de-semana, sacrificando a sua liberdade e todos os que têm as atividades profissionais afetadas".
O primeiro-ministro acredita que "este é um esforço que temos estado a fazer e que tem valido a pena fazer para contrariar a evolução desta pandemia."
"Podemos constatar que se compararmos semana após semana, desde meados de outubro, onde atingimos 7116 novos casos, tivemos consecutivamente uma descida de novos casos, sendo que nesta semana tivemos um crescimento de 2603 novos casos comparativamente com a semana anterior. Há uma desaceleração do ritmo de crescimento."
"Estes resultados são ainda insuficientemente. Temos muito que esforçar para atingir o resultado pretendido. De outro modo continuaremos a ter números elevados, o que constitui uma ameaça para a saúde de todos, para a estabilidade do Serviço Nacional de Saúde e um desafio muito duro para os profissionais de saúde que estão a dar o melhor para curar os que já estão infetados", afirma António Costa.
"Temos de persistir para continuar não só a travar o ritmo, mas poder inverter. Deixar de crescer, para passar a diminuir, e conseguir não só achatar como esmagar esta taxa de incidência extremamente elevada", conclui.
O novo estado de emergência foi decretado pelo Presidente da República e começa na terça-feira. Na sua conferência de impresa António Costa anunciou que enquanto não houver uma vacina dificilmente a vida voltará ao normal e que se deve esperar uma "longa batalha" contra a pandemia, com uma longa segunda vaga ou sucessivas vagas, que se esperam o mais curtas possível.