É preciso “escutar os jovens, numa perspetiva sinodal, reconhecendo que são protagonistas do processo de renovação da Igreja, e com eles promover estruturas e organizar projetos, sendo consequentes e tomando decisões de acordo com aquilo que pedem, desejam e necessitam”. O diagnóstico foi feito durante as Jornadas Pastorais do Episcopado pelos responsáveis dos Comités Organizadores Diocesanos da Jornada Mundial da Juventude chamados a partilhar o que a preparação da JMJ lhes tem permitido perceber.
Com o tema “JMJ Lisboa 2023 – Desafios pastorais pós-Jornadas para as Dioceses e para a Conferência Episcopal Portuguesa”, o encontro permitiu já antecipar prioridades de ação, como a necessidade de investir em recursos humanos “a tempo inteiro” para a Pastoral Juvenil, formar “novos líderes para a evangelização” e promover um “trabalho mais próximo” entre as várias áreas pastorais da Igreja.
É também fundamental “desenvolver a rede de comunicação e comunhão que foi criada entre paróquias, vigararias e dioceses através dos Comités Organizadores Paroquiais, Vicariais e Diocesanos e manter as relações externas com as diferentes entidades da sociedade civil”.
Na abertura do encontro, que contou com mais de uma centena de participantes - entre bispos, sacerdotes, leigos, jovens e responsáveis da JMJ - o Presidente da CEP, D. José Ornelas, sublinhou a “unidade da Igreja” em Portugal no caminho de preparação para a Jornada Mundial da Juventude, considerando que a “Peregrinação dos Símbolos da JMJ pelas dioceses portuguesas “tem sido uma oportunidade para consolidar convergências em torno desse objetivo comum”.
As Jornadas Pastorais do Episcopado terminaram com a apresentação do estudo “Jovens, Fé e Futuro”, desenvolvido para a Conferência Episcopal pelo Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da Universidade Católica, para “compreender como os jovens entre os 14 e os 30 anos vivem a dimensão espiritual nas suas vidas e olham para o futuro”. O estudo vai ser apresentado publicamente no próximo dia 6 de julho, na UCP, em Lisboa.
Abusos trouxeram responsáveis do Vaticano a reunião dos bispos
O comunicado divulgado esta tarde pela Conferência Episcopal Portuguesa faz, ainda, referência à assembleia plenária extraordinária da CEP, que decorreu igualmente em Fátima, após as Jornadas Pastorais. A nota sublinha o “percurso que a Igreja em Portugal está a fazer” para “prevenir e implementar uma cultura de cuidado e proteção dos menores e adultos vulneráveis” nas suas instituições, e saúda “o primeiro mês de atividade do Grupo VITA”, que está a trabalhar em articulação com a Equipa de Coordenação Nacional das Comissões Diocesanas de Proteção de Menores.
Nesta Assembleia Plenária participaram membros do Dicastério para a Doutrina da Fé, do Vaticano. O objetivo foi “consolidar a articulação” com as dioceses portuguesas no tratamento de “casos de abuso sexual de menores cometidos por clérigos”.