A deputada do PAN voltou esta quarta-feira a elogiar a atitude de António Costa, mas diz que não se conhecem os factos em concreto que levaram à sua demissão, razão pela qual vê com “preocupação que seja o poder judicial a deitar abaixo um Governo e a abrir uma crise política e económica” no país.
“Tendo em conta a figura de que se trata, exigiria mais por parte do Ministério Público e por parte da PGR” , indicou Inês Sousa Real aos jornalistas, após ter estado reunida com o Presidente da República no Palácio de Belém.
A deputada única do PAN defende, por isso, que o Orçamento do Estado para 2024, que está em discussão no Parlamento, deve ser aprovado em novembro. A deputada do PAN dá a entender que essa é também a opinião do Presidente da República.
“Independentemente da solução que venha a ser adotada, parece-nos que é uma preocupação transversal a todas as forças políticas e uma preocupação também na mente do senhor Presidente da República, a salvaguarda do Orçamento de Estado”, disse Inês Sousa Real à saída de Belém.
O primeiro-ministro apresentou ontem demissão após ter tido conhecimento de que é alvo de um inquérito-crime do Supremo Tribunal de Justiça por suspeitas de tráfico de influência, no âmbito de uma investigação aos negócios do lítio, do hidrogénio verde e da criação de um mega centro de dados em Sines.
No decorrer de buscas ontem, cinco suspeitos foram detidos, entre eles o chefe de gabinete de Costa e um dos amigos próximos do primeiro-ministro, Lacerda Machado. O processo envolve sete arguidos, entre eles o atual ministro das Infraestruturas, João Galamba.
Esta quarta-feira, Marcelo está a receber os vários partidos com assento parlamentar, antes de uma reunião do Conselho de Estado amanhã. No final desse encontro, é esperado que o Presidente faça uma declaração ao país.