Os sindicatos que representam os enfermeiros poderão avançar com greves e manifestações já no próximo mês, na ausência de um entendimento com o Governo nas negociações sobre a carreira de enfermagem.
Os seis sindicatos do setor reuniram-se esta segunda-feira em Lisboa para analisar o processo de negociações com a tutela sobre a carreira de enfermagem e discutiram um "plano articulado de intervenção" conjunta, caso falhem as negociações com o Governo.
José Carlos Martins, presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), disse à Agência Lusa que esse plano ainda está a ser preparado mas adiantou que passará pelas "formas de luta habituais", como greves e manifestações, convocadas por todos os sindicatos.
Para os dias 13 a 17 já esta marcada uma greve de enfermeiros convocada por dois sindicatos, o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE) e o Sindicato dos Enfermeiros (SE), duas das estruturas hoje presentes na reunião.
Segundo um comunicado divulgado pelos seis sindicatos após a reunião, foi reiterado por todos que o processo negocial relativo à carreira tem de estar terminado a tempo de o seu impacto vir contemplado no próximo orçamento de Estado, e foi debatido o plano de intervenção conjunta, "a desenvolver já a partir da segunda quinzena de setembro".
Os sindicatos marcaram uma nova reunião para 22 de agosto, para analisar a contraproposta de carreira que até lá o Ministério da Saúde deve enviar aos sindicatos, altura em que divulgarão o plano de ação caso se verifique "ausência de contraproposta do Governo ou da mesma não corresponder às justas reivindicações dos enfermeiros".
Para essa reunião os sindicatos vão convidar a Ordem dos Enfermeiros e todas as associações de enfermagem.
Para esta segunda-feira chegou a estar agendada uma reunião entre os sindicatos e a Ordem mas acabou por ser cancelada já que nem todos os sindicatos estariam presentes.
Na reunião participaram ainda a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), o Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira (SERAM), e o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR).