O presidente do PSD, Luís Montenegro, rejeitou esta terça-feira o regresso do país "ao socratismo" e a uma política que "trará fatalmente desequilíbrios orçamentais no futuro", atribuindo semelhanças entre "protagonistas e discursos políticos".
"É altura de dizer não ao regresso do socratismo, não ao regresso de uma política que trará fatalmente desequilíbrios orçamentais no futuro", afirmou Luis Montenegro, durante um almoço-debate da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), no Porto.
O presidente do PSD considerou que, nos últimos dias, "determinadas narrativas políticas" se assemelham "mais ou menos em 2009, quando em vésperas de eleições se prometeu de uma assentada fazer tudo aquilo que não tinha sido feito até ao momento".
"Parece-me que há alguma similitude entre protagonistas e discursos políticos que se aproximam do ponto de vista do espírito que estão a apresentar soluções face ao que aconteceu nessa altura", reiterou.
Aos empresários presentes no almoço, o presidente do PSD enumerou alguns dos objetivos do programa económico da Aliança Democrática (AD), apresentado na semana passada, que, admitiu "acabou por ser perturbada".
"Talvez não tenhamos tido a ocasião ainda de explorar o que foi o documento que apresentámos", referiu Montenegro.
Entre as várias medidas apresentadas, o líder da AD admitiu que a diminuição da carga fiscal e a manutenção das contas públicas equilibradas é um "objetivo ambicioso".
"As contas públicas não são o objetivo da minha política, não são mesmo, mas são um pressuposto que é preciso para garantir as contas públicas certas, para que as outras ações de política possam ter resultado para que a qualidade das pessoas melhore. Para isso é preciso não entrar em loucuras", acrescentou.
No almoço, onde marcaram presença vários empresários e o candidato da AD pelo Porto às eleições legislativas, Miguel Guimarães, o líder do PSD afirmou ainda que "alguém tem de travar a forma como se concebem os Orçamentos de Estado em Portugal", sobretudo ao nível fiscal.
"O Orçamento de Estado é a maior manta de retalhos e de transformação da legislação fiscal que eu conheço no mundo", referiu, dizendo que praticamente "todos os impostos são alterados anualmente" e que o seu ideal de Orçamento de Estado "é aquele que não mexe nos impostos".
A par dos impostos, o líder da AD defendeu a necessidade de reter o talento jovem, dinamizar a produtividade das empresas, potenciar o crescimento económico, digitalizar a economia e retribuir a classe média "pelo seu esforço".
Já quanto às pessoas que não trabalham "por regra", Montenegro defendeu que tal "não pode ser mais lucrativo em casa do que estar a trabalhar".