“Toda a nossa glória está na Cruz de nosso Senhor Jesus Cristo!”. É o tema da mensagem para o Tempo de Quaresma e Páscoa, escrita por D. José Cordeiro, arcebispo primaz, e D. Nuno Almeida, bispo auxiliar da Arquidiocese de Braga.
Os prelados lembram que “a Igreja propõe um caminho de Quaresma e Páscoa para nos centrar no mistério central da nossa fé: a vida, paixão, morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo”.
Como “Peregrinos do Evangelho da Esperança”, D. José Cordeiro e D. Nuno Almeida dizem-se impelidos a caminhar com todos, numa experiência samaritana e sinodal de ser Igreja.
“É com todos, sem exceção e fraternalmente, que nos dispomos a fazer caminho para que do “amor nasçam gestos”, detalham, acrescentando que “o caminho da vida de cada pessoa tem uma história, uma densidade própria, marcada pelas relações que estabelece e pelos seus contextos e circunstâncias”.
“Não se trata, por isso, de um caminho único e retilíneo, mas de um conjunto de caminhos que se cruzam e configuram frequentemente como uma encruzilhada”, escrevem.
Na mensagem, D. José Cordeiro e D. Nuno Almeida recordam as crianças que vivem o “abandono escolar e da ausência de afetos”; os jovens que experimentam a “incerteza do futuro e do desemprego”; as famílias que se encontram em “separação” ou na “perda de sentido”; os idosos na “solidão e da rejeição”; os doentes, os enlutados, os prisioneiros e hospitalizados que “permanecem no cruzamento entre a vida e a morte, entre a liberdade e peso da dor” e ainda os leigos e sacerdotes “na encruzilhada dos rumos a tomar para as suas comunidades cristãs, nomeadamente no serviço da liturgia, da catequese e da caridade”.
“Sintonizamo-nos com as encruzilhadas que os governantes, os profissionais de saúde e as forças de segurança enfrentam no seu quotidiano em benefício de todos; rezamos por todos os que vivem indiferentes e apáticos à fé cristã nas encruzilhadas da ausência de esperança”, lê-se na mensagem.
Os prelados alertam que todas “estas encruzilhadas podem desnortear no rumo do caminho a seguir” e, por isso, afirmam que “é fundamental não perder do horizonte o ponto central da nossa vida cristã: Jesus Cristo, o Crucificado e Ressuscitado”.
“O caminho da Quaresma aparece-nos, assim, como um rumo de esperança, que apresenta passos concretos para a nossa conversão pessoal, pastoral e missionária, através de uma redescoberta da relação com Deus (oração), com os outros (partilha) e connosco próprios”, reforçam.
Aos cristãos da arquidiocese bracarense, os bispos aconselham ainda a caminhada sinodal, intitulada “Ponto Cruz”, preparada pelo Departamento para a Liturgia.
“Pretende-se que cada cristão, cada família e cada comunidade se centrem na cruz do Senhor Jesus, para fazerem caminho de conversão, de discipulado e de apostolado”, indicam.
“Todos, sem exceção, a viver nesta encruzilhada, teremos a cruz no coração da nossa vida e, certamente, novos horizontes se abrirão. Aliás, o ponto (um cubo), que se abre em forma de cruz, é sinal da abertura à vida; sinal da novidade cristã, da reconciliação a acontecer, da alegria comunitária, da sinodalidade em processo”, explicam os bispos.
O arcebispo metropolita e o bispo auxiliar da Arquidiocese de Braga informam que a renúncia quaresmal se destina uma parte ao Fundo Partilhar com Esperança e a outra à missão em Ocua, Pemba, Moçambique.
O tempo da Quaresma começa com a celebração da Imposição das Cinzas, é um período de 40 dias marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência. Um itinerário de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão, em 2022 no dia 17 de abril.