"Dancei, cantei e festejei - coisas perfeitamente legais", responde a primeira-ministra da Finlândia após a divulgação de um vídeo de uma festa animada com amigos e celebridades. A oposição tece duras críticas ao comportamento de Sanna Marin e exige que faça um teste de deteção de drogas.
A chefe do executivo finlandês, em declarações à imprensa esta quinta-feira, diz saber que estava a ser filmada, mas não esconde o descontentamento pelas imagens que rapidamente invadiram as redes sociais.
Ainda assim, Sanna Marin não se mostra melindrada com a situação, frisando que sempre separou as águas entre a sua vida pessoal e o trabalho na liderança do país nórdico. "Vou continuar a ser exatamente a mesma pessoa que fui até agora e espero que isso seja aceite", sublinha.
Contudo, a oposição ao Governo não deixou escapar a oportunidade para criticar o comportamento festivaleiro de Sanna Marin. Riikka Purra, líder do principal partido da oposição, exige que a primeira-ministra faça um teste voluntário de despistagem às drogas.
Também dentro dos partidos que apoiam o executivo, há quem faça igual pedido. No Twitter, Mikko Kärnä, do Partido de Centro, escreve que a líder finlandesa deve esclarecer a população: "As pessoas também devem poder esperar isto da sua primeira-ministra".
Em resposta, Marin nega qualquer consumo de estupefacientes, tendo apenas ingerido álcool. A primeira-ministra finlandesa mostra-se tranquila e também disponível para realizar um eventual teste de deteção de drogas: "Não tenho nada a esconder".
Esta postura de Sanna Marin não é novidade para os finlandeses, uma vez que a chefe de governo faz questão de tornar pública a sua veia mais descontraída e jovem. Em dezembro do ano passado, Marin foi vista numa discoteca, horas depois de saber que esteve em contacto direto com uma ministra infetada com Covid-19.
A transparência da primeira-ministra é capaz de gerar reações antagónicas junto da população: "Há pessoas a dizer que é normal para uma mulher da sua idade divertir-se com os amigos e há outras que ficam chocadas", revela Robert Sundman, em declarações à BBC.
O jornalista finlandês tem a certeza que as imagens recentes não vão afetar, "pelo menos significativamente", a popularidade do executivo de Sanna Marin. A verdade é que o Partido da Social-Democrata, eleito em 2019, segue em segundo lugar nas intenções de voto, atrás da Coligação Nacional, de acordo com as sondagens do Politico.