O Conselho Nacional do PSD reúne-se esta terça-feira em Guimarães (Braga) para votar, de braço no ar, as listas de candidatos a deputados, depois de algumas polémicas relacionadas com exclusões e imposições de nomes pela direção.
A reunião está marcada para as 21h00 e, segundo a ordem de trabalhos, começará com a eleição do novo vice-presidente da Comissão Política Nacional, José Manuel Bolieiro, depois da demissão de Manuel Castro Almeida, cuja saída foi tornada pública no início de julho com acusações de “centralismo” ao presidente Rui Rio.
O segundo ponto será a aprovação das linhas gerais do programa eleitoral do PSD para as legislativas de 6 de outubro, do qual já foram divulgados alguns capítulos, bem como o quadro macroeconómico que o enquadra e que prevê uma redução fiscal e um aumento do investimento público para a próxima legislatura.
Mas o ponto mais quente promete ser o último na ordem de trabalhos: a deliberação sobre a proposta apresentada pela Comissão Política Nacional – que se reúne antes, pelas 16h00, num hotel em Guimarães -, do candidato do PSD a primeiro-ministro e das listas de candidatura à Assembleia da República, como determinam os estatutos.
Na semana passada, soube-se que a Comissão Política Nacional excluiu das listas de candidatos a deputados do PSD alguns ‘notáveis’ que tinham sido indicados pelas estruturas distritais, casos da ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque (Setúbal), do antigo líder parlamentar Hugo Soares (Braga) e do vice-presidente da Câmara de Cascais Miguel Pinto Luz (Lisboa).
Pelo menos Hugo Soares irá marcar presença na reunião e quebrar o silêncio que manteve desde que foi conhecida a decisão da direção.
Já o líder da distrital de Lisboa, Pedro Pinto, que também ficou do lado de Luís Montenegro em janeiro, irá em terceiro na lista pela capital.
O PSD já revelou todos os seus 22 cabeças de lista às legislativas de 6 de outubro, dos quais 17 são novos, o que representa uma mudança de 77%, e só sete já eram deputados na anterior legislatura.
No último Conselho Nacional, em abril, foram aprovadas alterações ao regulamento interno que acabam com a obrigatoriedade do voto secreto para sufragar moções de censura ou de confiança, listas de candidatos e programas eleitorais, pelo que a votação das listas de candidatos a deputados do PSD deverá ser feita de braço no ar.