Paulo Fonseca acordou em Kiev com explosões. "Rezar para que uma bomba não caia junto de nós"
24-02-2022 - 12:04
 • Renascença

Treinador português está retido na capital da Ucrânia, impedido de viajar. "Não sei como vou sair daqui", confessa ao "JN".

Paulo Fonseca está retido em Kiev e impossibilitado de viajar após a invasão militar da Rússia à Ucrânia. Neste momento, o treinador português só pensa em sair da capital ucraniana em segurança.

Fonseca, que é casado com uma ucraniana, tinha voo marcado para a manhã desta quinta-feira, no entanto, acabou por ficar preso no hotel onde está hospedada a equipa do Shakhtar Donetsk, seu antigo clube.

Em entrevista ao "Jornal de Notícias", o técnico português, de 48 anos, revelou que acordou às 5h00 "com cinco explosões seguidas".

"Foi aí que teve a perceção que tinha rebentado o conflito. Tinha voo marcado para hoje, mas agora é impossível sair daqui, até porque os aeroportos já estão destruídos e o espaço aéreo foi encerrado", contou.

Paulo Fonseca vai tentar fugir para Lviv, perto da Polónia, um dos países pelos quais a Embaixada de Portugal em Kiev aconselha os portugueses a sair da Ucrânia. No entanto, já há filas de carros a sair da capital e o combustível está a esgotar nos postos de abastecimento.

"Só resta rezar para que uma bomba não caia junto de nós. Sinceramente, não sei como vou sair daqui", confessou o treinador português.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou, esta quinta-feira, uma operação militar no leste da Ucrânia, alegando que se destina a proteger civis de etnia russa nas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk.