António Costa aconselhou esta sexta-feira o Banco Central Europeu a ser “muito prudente” em relação à subida das taxas de juro, indicando que a medida ainda não contribuiu para a redução da inflação, que considera ter tido um aumento com razões “muito distintas das causas habituais”.
No final da reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, e interrompendo a apresentação das novas medidas do Governo de apoio às famílias face à inflação, que acontecia em Lisboa, o primeiro-ministro português defendeu que a inflação tem sido combatido pelos Estados-membros.
“Convém que o BCE seja muito prudente, relativamente à forma como está a conduzir esta política monetária. São muito claras as causas desta inflação, é muito distinta das causas habituais”, disse.
“Se essa inflação está a ser controlada, deve-se em primeiro lugar às políticas que os governos têm adotado para controlar o preço da energia, e em segundo lugar as medidas que têm sido adotadas para apoiar o aumento dos custos de produção, especialmente no setor agrícola”, afirmou, referindo que a União Europeia precisa de um mecanismo de estabilização, que já tinha faltado na altura da crise financeira de 2011.
“Até agora, contribuições específicas da subida de taxas de juro para controlar a inflação não se verificaram e é improvável que se verifiquem devido às causas específicas que esta inflação tem”, defendeu.
O primeiro-ministro falou ainda da necessidade de “reforçar a capacidade de investimento” nas empresas de maneira a que possam acelerar a dupla transição, digital e energética, indicando que a Europa tem de ter mais recursos humanos e precisa de se reindustrializar.