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Deixou a Ucrânia há duas semanas com uma mala na mão. A escritora ucraniana Oksana Zabuzhko participou esta terça-feira, em Estrasburgo, numa sessão no Parlamento Europeu.
Neste Dia Internacional da Mulher, a autora falou sobre a situação dos seus concidadãos, em especial das mulheres, e lembrou que os “ucranianos lutam para libertar a Europa do espectro do totalitarismo”.
Nos seus textos, disse já estar habituada a dar voz às mulheres e a lutar pelos seus direitos, mas disse sentir que pela primeira vez, tem de defender os direitos das mulheres à própria vida, afirmando que “o problema é que as bombas de Putin não serão travadas pela força do nosso espírito”.
A escritora confessou a sua admiração pelas mulheres ucranianas que lutam ao lado dos homens. “Não posso deixar de admirar as minhas companheiras, lutando ao lado dos nossos homens, gerindo a distribuição de mantimentos pelas nossas cidades sitiadas e dando à luz em abrigos para se protegerem das bombas, supervisionadas por médicos online”, afirmou no Parlamento Europeu.
Alertando para as intenções do presidente russo, a escritora afirmou que “muitas vidas poderiam ter sido salvas se a União Europeia e os Estados Unidos da América tivessem acordado há oito anos quando ele invadiu a Crimeia”.
Zabuzhko, que considera Putin “um novo Hitler”, lembra que o presidente russo “estava pronto para retomar onde o anterior tinha parado”.
Em Estrasburgo, a escritora afirmou que este não é “apenas um conflito local” e “já é uma guerra”.
“Acreditem em Putin quando ele revela as suas ambições. Por favor, não tenham medo de proteger o céu acima daqueles que ali lutam para libertar a Europa deste espectro de um novo totalitarismo”, afirmou, Oksana Zabuzhko.
Depois do discurso da autora, os representantes dos grupos políticos elogiaram a coragem dos ucranianos, tanto na defesa do seu país como dos valores europeus.
Salientaram também a fragilidade de mulheres e jovens raparigas e elogiaram igualmente as mulheres russas e bielorrussas que se manifestam contra esta guerra de forma “corajosa”.
No início da cerimónia também a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, declarou que “neste dia, a palavra celebração não é realmente uma palavra que possamos usar. Na Ucrânia, vemos mulheres a resistir, levantando-se e pegando em armas contra o seu agressor”.
Sobre a presença da escritora ucraniana que fugiu do seu país, Metsola referiu que “é um privilégio ter connosco uma mulher e escritora ucraniana cuja literatura e voz forte exibe a força das mulheres ucranianas face à opressão”.
“Estas mulheres corajosas e resistentes, servem de inspiração para todos nós, pois defendem os mesmos valores europeus que nós defendemos”, concluiu.