O Cardeal Patriarca de Lisboa alerta para a desagregação sócio-cultural que se vive e para as consequências que tem para a estrutura das famílias. Na homília da Missa Crismal desta quinta-feira, na Sé de Lisboa, D. Manuel referiu-se a problemas actuais que, garante, têm origem nos problemas da família.
“Nas actuais circunstâncias do mundo, com a desagregação sócio-cultural que deixa tantas vidas sem base humana bastante para as apoiar do nascimento à morte, da concepção à morte natural convém repetir, as urgências humanitárias que não podemos adiar nem iludir em relação às multidões que batem à porta da Europa, com tanto sofrimento das crianças e dos seus pais e mães. Em tudo isso se destaca como grande pobreza a colmatar a das famílias que não conseguem ser o que devem ser e que precisamos que sejam”, disse.
Nesse sentido, D. Manuel Clemente sustentou que as famílias devem ser o “primeiro objectivo da pastoral” e “agentes de missão”.
A Missa Crismal, que acontece nas catedrais de todo o mundo, foi concelebrada pelos bispos auxiliares e padres (diocesanos e religiosos) presentes em Lisboa.
Durante a cerimónia, os sacerdotes renovaram as promessas feitas no momento da ordenação; foram depois abençoados o óleo dos enfermos, o óleo dos catecúmenos e do crisma.
D. Manuel Clemente desafiou os sacerdotes presentes a “ter um coração pobre para chegar aos pobres”.
O cardeal-patriarca adiantou, por outro lado, que está a ser
elaborado o “instrumento de trabalho” que reúne reflexões e ensaios, para
debate em Sínodo diocesano, de 30 de Novembro a 4 de Dezembro.
A celebração contou com a participação de centenas de fiéis, reunidos na Sé patriarcal para acompanhar o clero na celebração matinal de Quinta-feira Santa.