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A União Europeia está a preparar um quarto pacote de sanções contra a Rússia, cujo objetivo é fechar todas as brechas no sistema que o regime do Presidente Vladimir Putin possa tentar explorar.
“As sanções em vigor estão realmente a morder, mas tendo em conta a evolução da situação na Ucrânia e a negligência do Kremlin em relação aos civis exige uma determinação ainda maior. Estamos a trabalhar nisso”, assegurou a presidente da Comissão Europeia.
“Já preparámos três pacotes de sanções [contra a Rússia] e queremos certificar-nos que produzem o máximo impacto. Por isso, estamos agora a trabalhar novo pacote, o quarto, para tapar todos os buracos na nossa rede”, disse Ursula von der Leyen, ao receber o primeiro-ministro de Itália, Mario Draghi, para uma discussão sobre a guerra na Ucrânia, esta segunda-feira.
O líder do Governo italiano assinalou o “excelente trabalho” da Comissão na gestão da crise provocada pela Rússia com a sua ofensiva militar sobre a Ucrânia, e ainda a “extraordinária unidade da União Europeia na condenação forte da invasão, na imposição de sanções e na resposta aos apelos do Presidente [ucraniano] Volodimir Zelenskii para a ajuda financeira, humanitária e militar”.
Como justificou a presidente da Comissão a evolução da situação no terreno, de onde chegam imagens “atrozes” do bombardeamento de homens, mulheres e crianças pelas forças russas, exige uma determinação ainda maior dos aliados europeus, no isolamento e pressão sobre o Kremlin.
O ministro da Economia e Finanças de França, Bruno Le Maire, confirmou que os 27 estão a estudar a melhor maneira de impedir que Moscovo possa recorrer a criptomoedas para contornar a suspensão de transações do seu banco central. Outras hipóteses de ação passam por aumentar o número de bancos russos que serão excluídos do sistema SWIFT, ou aquela que é vista como a sanção mais penalizadora, proibir a compra de petróleo ou gás natural à Rússia.
Von der Leyen disse que o executivo comunitário apresentará, esta quarta-feira, uma comunicação com propostas para reduzir a dependência europeia do gás, petróleo e carvão da Rússia, através da diversificação do seu abastecimento com recurso a outros exportadores (nomeadamente de gás natural liquefeito) e ainda do “investimento maciço na produção de energias renováveis”.
A mesma comunicação abordará a questão da proteção dos consumidores — famílias, empresas e indústrias — do impacto da subida dos preços da energia. “Tem duas dimensões: a mais imediata é proteger os mais vulneráveis, e a mais estrutural é olhar para o mercado e o nosso sistema de formação de preços, porque o nosso mix energético está em transformação”, lembrou.
Para Mario Draghi, a UE está perante um novo gigantesco desafio, que é o de “enfrentar todas as consequências desta crise, desde o acolhimento de refugiados até à segurança energética”. “Temos de agir com rapidez”, defendeu, dizendo que na gestão da crise migratória, o momento é de “solidariedade e acolhimento”.
No que diz respeito à energia — um tema sensível, e onde a pressão é cada vez maior para o fim das importações da Rússia, que tem na Itália uma das suas principais clientes — “discutiremos essencialmente a diversificação, a reorganização e a compensação”.