Mário Centeno não consegue explicar porque é que o Estado teve de pagar 55 milhões de euros a David Neelman para sair da TAP. O antigo ministro das Finanças foi questionado esta segunda-feira sobre o tema na comissão parlamentar de inquérito (CPI).
O acordo foi alcançado em julho de 2020 e Mário Centeno deixou o Ministério das Finanças um mês antes.
Questionado pelos deputados, Mário Centeno garantiu que nem ele nem ninguém do ministério esteve envolvido nesse caso.
“Nem eu nem os meus secretários de Estado participámos em reuniões condizentes à aquisição de participações sociais de privados na TAP. Posso garantir isto. Quanto tempo se levou a negociar e como é que se negociou? Isso já não sou a responder”, afirmou o atual governador do Banco de Portugal.
Mário Centeno revelou na comissão parlamentar de inquérito que o dossier TAP não constava da pasta de transição entregue pelo Governo de Passos Coelho.
Afirmou que houve uma reunião nas Finanças, onde foi dito que a TAP estava em risco de não conseguir pagar salários em dezembro de 2015.
“Houve uma reunião no Ministério das Finanças, onde eu não era sequer candidato a ministro das Finanças, em que me foi chamado à atenção para a extrema fragilidade financeira da TAP, que corria o risco de em novembro de 2015 fazer face às suas obrigações salariais. Estamos a falar num contexto fora da transição de governos, foi noutra órbita”, declarou o antigo ministro.