A Igreja vê com agrado a recuperação do turismo depois da crise causada ela pandemia, mas deseja “um turismo mais justo”.
Numa mensagem do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, adivulgada esta terça-feira, a Santa Sé considera urgente “uma mudança de rota” para se ultrapassar “tantas desigualdades e injustiças que a actividade turística - qual indústria económica propriamente dita - deve desenvolver-se segundo os princípios de equidade e de transformação social”.
A mensagem, assinada pelo cardeal Michael Czerny, prefeito deste Dicastério, pede que sejam respeitados todos os direitos dos trabalhadores do sector, “a todos os níveis e em todos os países” e que o próprio turismo se realize “no pleno respeito dos direitos fundamentais e da dignidade da pessoa”.
O cardeal Czerny recorda que “justiça é também partilhar os lucros de modo equitativo, vencendo a lógica predadora, sobretudo quando se trata de populações e áreas geográficas afetadas por múltiplas crises que atormentam o mundo contemporâneo”.
Também os cristãos são chamados a promover esta mudança, quer na relação com as pessoas e povos que encontram quer no respeito pela ambiente e tutela da biodiversidade. A Santa Sé aposta num “turismo para cultivar a esperança”, sempre “na óptica do desenvolvimento humano integral”.
A mensagem cita o Papa Francisco para sublinhar que “a visão integral da pessoa não é uma teoria mas um modo de viver e agir”, o que implica ter “os olhos abertos sobre o mundo, as mãos estendidas a outras mãos e o coração sensível às fraquezas dos irmãos”.
De olhos postos no próximo Congresso mundial da Pastoral do Turismo, que se realiza em Santiago de Compostela de 5 a 8 de outubro, o cardeal Michael Czerny olha com esperança para a vivacidade do sector e apela à responsabilidade e discernimento de todas as pessoas envolvidas.