O chefe do Estado-Maior do Exército revelou esta terça-feira que apareceu uma caixa de petardos a mais na relação do material furtado nos paióis de Tancos recuperado pela Polícia Judiciária Militar. O General Rovisco Duarte não especificou o conteúdo da caixa, mas considerou a situação "compreensível".
Em conferência de imprensa na Unidade Apoio Geral Material do Exército (UAGME), para fazer o ponto da situação da desactivação dos Paióis de Tancos, Rovisco Duarte confirmou que o material recuperado na Chamusca "se encontra armazenado nas instalações de Santa Margarida, excepto as munições de 9 milímetros".
O general acrescentou ainda que na relação do material encontrado "existe uma caixa a mais [de petardos], que não constava da relação inicial" do material furtado.
Rovisco Duarte considerou que a "ligeira discrepância" é "perfeitamente compreensível", dizendo que o material em causa era utilizado na instrução, podendo ter sido registada a sua saída e não ter sido na realidade consumido por várias razões, como por exemplo atmosféricas, regressando ao paiol.
"Se chove, a instrução pode ser interrompida e os rebentamentos podem não ser executados. (…) É material volante que saiu, uma caixa, não é tanto assim", disse, ressalvando que o Exército tem prestado toda a colaboração com os órgãos de polícia que estão a investigar o caso.
A Polícia Judiciária Militar anunciou em comunicado, no passado dia 18, que, no âmbito de investigações de combate ao tráfico e comércio ilícito de material de guerra, recuperou na “região da Chamusca, com a colaboração do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé, o material de guerra furtado dos Paióis Nacionais de Tancos".
Rovisco confirma furto
O chefe do Estado-Maior do Exército afirmou hoje que não tem dúvidas nenhumas de que houve um furto em Tancos e disse estar convicto de que os responsáveis vão ser descobertos, congratulando-se com a recuperação do material.
"Tenho a certeza de que houve um furto. Não lhe chamemos assalto, chamemos um furto. (...) Tenho a certeza na base dos dados das averiguações que foram conduzidas. Não tenho dúvidas nenhumas de que houve um furto", disse Rovisco Duarte.
O general respondia aos jornalistas em conferência de imprensa na Unidade de Apoio Unidade Apoio Geral Material do Exército (UAGME), em Benavente, Santarém, para fazer o ponto da situação sobre a desativação dos paióis nacionais de Tancos, no último dia do esvaziamento das instalações.
Questionado sobre se acredita que algum dia se vão descobrir os autores do furto, Rovisco Duarte afirmou: "Estou convencido que vão descobrir. Se há provas é mais complicado, mas isso não é comigo", disse, numa referência à investigação criminal em curso.
A convicção de que se tratou de um furto é apoiada por "evidências que decorrem dos processos de averiguações que estão a ser conduzidos", disse.