O primeiro-ministro inicia esta terça-feira uma visita oficial a Angola com o foco nas relações económicas entre os dois países, a mobilidade de pessoas, a Cultura e o Ensino. Luis Montenegro irá visitar duas empresas, a Feira Internacional de Luanda e encerra o Fórum de Negócios Portugal- Angola. Em Benguela, vai conhecer o projeto mais emblemático do país, o corredor do Lobito.
Na semana passada, Marcelo Rebelo de Sousa tinha avisado para “a viagem pesada a Angola” e podia ter acrescentado muito intensa porque nos três dias de visita oficial, o primeiro-ministro vai a Luanda, Benguela e ao Lobito, tem um encontro com o presidente angolano, João Lourenço, visita várias empresas, a escola portuguesa, o museu militar, encerra o fórum de negócios em Luanda e em Benguela visita a maior central solar fotovoltaica de Angola.
Esta é a primeira visita oficial do primeiro-ministro a Angola e acontece a pouco mais de cem dias da posse do Governo da AD, no ano em que se assinalam os 50 anos do 25 de abril e que antecedem os 50 anos de independência de angola em novembro de 2025.
Segundo o gabinete do primeiro-ministro, pretende-se com esta visita que “Portugal se afirme como um parceiro de Angola para todas as horas”, independentemente de ciclos políticos e económicos.
Segundo o gabinete do primeiro-ministro a visita oficial tem como objetivo definir prioridades e uma agenda para os próximos anos no relacionamento político, no comércio e investimento, passando pela mobilidade das pessoas e pelo ensino e formação profissional.
O fortalecimento das relações económicas entre os dois países é uma das prioridades da visita de Luis Montenegro, que chega esta terça-feira de manhã a Luanda.
Ao longo dos três dias de visita, o programa económico é muito intenso e o primeiro-ministro vai visitar empresas emblemáticas de capital português, luso-angolano e de consórcios internacionais, como, por exemplo, a Powergol, Refriango, Parque Fotovoltaico do Biópio, Lobito Atlantic Railway e o Fórum Empresarial.
Nesta área, Portugal vai procurar fortalecer o relacionamento económico bilateral, contribuindo para a estratégia de desenvolvimento e diversificação dos setores económicos do país, como por exemplo nos sectores agroindustrial, turismo, formação profissional, têxtil, indústria farmacêutica, calçado e energias renováveis.
De acordo com o INE, em 2023 o investimento em Angola representava 2,5 por cento do total do investimento direto português no estrangeiro, no total de 1,6 mil milhões de euros.
Outra matéria que Luis Montenegro leva na bagagem é a dinamização da linha de crédito, que está atualmente nos 2 mil milhões de euros, abrindo novas oportunidades para empresas portuguesas.
Portugal garante compromisso do Governo com o Acordo sobre a Mobilidade CPLP
Nesta primeira visita oficial a Angola, Luis Montenegro tem ainda outras questões para tratar com as autoridades angolanas que dizem respeito à atribuição de vistos.
Portugal vai agilizar procedimentos e reforçar os recursos humanos dos Postos Consulares e compromete-se ainda a proporcionar um serviço melhor e mais transparente. Perante as dificuldades que Angola aponta a Portugal no que toca aos procedimentos com os vistos, o Governo responde que a taxa de aprovação “dos vistos CPLP” para Angola é de 89%.
Perante os receios de que o Acordo de Mobilidade da CPLP poderia ser afetado pelo novo Governo de Lisboa, o primeiro-ministro vai deixar claro às autoridades angolanas, que o atual executivo quer dar uma centralidade reforçada a esse acordo enquanto canal prioritário da imigração que Portugal precisa.
A Educação e a Cultura são temas prioritários nesta visita e logo no primeiro dia, depois do encontro com o presidente angolano, João Lourenço, o primeiro-ministro visita a escola portuguesa e a fortaleza de São Miguel, em Luanda, onde se situa o Museu de História Militar.
De registar que foi na fortaleza de São Miguel, monumento cultural de Angola, que a 10 de novembro de 1975, os militares portugueses dos três ramos das Forças Armadas, prestaram as honras militares no último arrear da bandeira portuguesa. Angola assinala os 50 anos de independência a 11 de novembro de 2025.