Mais de 60% de alunos reconhecem casos de “bullying” na sua escola, concluiu um estudo realizado pela associação Empresários para a Inclusão. De acordo com o documento da EPIS, a percepção de “bullying” varia bastante consoante o género, sendo que as raparigas são mais sensíveis ao fenómeno.
O director-geral da associação, Diogo Pereira, revela que cerca de 70% das raparigas mostram sensibilidade ao “bullying” e que, nos rapazes, o número fica abaixo dos 60%. “Em particular, os jovens que têm um perfil de risco e de insucesso escolar - e que nós tipificamos porque é o nosso trabalho - têm tendência a ter também menos sensibilidade a estas questões.”
Diogo Pereira considera que é necessária uma maior prevenção destes casos. “Uma coisa é ter um cartaz afixado nas escolas, outra coisa é ter acções de formação, e sobretudo ter uma cultura permanente, no dia-a-dia, dos directores, dos alunos, dos auxiliares, em ordem à monotorização deste fenómeno.”
A maioria dos jovens, perto de 50%, reconhece ser espectador em situações de “bullying”, revela ainda o estudo. “Cerca de 10% reconhece que já foi vítima. Isso é um dado importante a reter e o outro aspecto importante é que cerca de 6% dos jovens reconhecem que já foram agressores”, acrescenta ainda o director da EPIS.
Neste estudo, foram ouvidos quase dois mil alunos, entre os 12 e os 15 anos, de escolas de nove concelhos do país.